Soprou as velas e foi embora
Técnico do Vila Nova, Márcio Fernandes, deixa o comando do time após um ano; destino é Botafogo-SP
FELIPE BONFIM
A data de ontem, 25 de fevereiro de 2016, era especial para o técnico Márcio Fernandes no Vila Nova, que completou um ano de trabalho à frente da equipe colorada. O aniversário de clube, que deveria ser de comemoração, no entanto, ficou marcado pela despedida do treinador, que pediu demissão e não estará no comando na sequência da temporada.
Antes da vitória sobre o Anápolis, por 1 a 0, na última quarta-feira, inclusive, ele foi homenageado e recebeu uma placa da diretoria colorada em celebração aos serviços prestados.Ainda assim, proposta salarial superior do futebol paulista seduziu o agora ex-técnico do Tigre.
“Estou indo para o Botafogo-SP. O que me leva para lá é a mesma coisa que trouxe para o Vila Nova no ano passado, o projeto. Acho que vou poder fazer um bom trabalho lá. Eu deixo o time em uma posição boa, tranquila. Tive propostas antes dessas, mas não quis ouvir. Sempre disse que, se eu achasse que era a hora certa e a proposta fosse boa, eu sairia. Apareceu essa e eu acho que é o momento”, disse.
Márcio deixa a equipe na vice-liderança do Grupo B com 12 pontos conquistados, há sete jogos sem derrota – um deles pela Copa-Verde – e somando duas vitórias consecutivas. Apesar dos bons números no ano, o treinador já havia externado, em mais de uma oportunidade, a sua insatisfação com o setor ofensivo da equipe. O time colorado marcou apenas cinco gols em sete partidas disputadas, menos de um por jogo. Em nenhum confronto, inclusive, o time balançou as redes mais de uma vez.
Ao todo, em sua passagem, Márcio Fernandes comandou a equipe em 44 partidas. Foram 26 vitórias, 10 empates e 8 derrotas, com aproveitamento de 66%. Ele assumiu um time invicto após a demissão de Wladimir Araújo e o levou ao acesso e título tanto da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano, quanto do Campeonato Brasileiro da Série C no ano passado.
Problemas
A diretoria do Vila trabalha agora para encontrar um substituto, talvez ainda antes do clássico contra o Goiás, no próximo domingo, no Estádio Serra Dourada. Quem assumir o Tigre terá diversos problemas para montar a escalação antes do duelo com o rival alviverde.
O volante Victor Bolt recebeu o terceiro cartão amarelo e está suspenso. O goleiro Edson, com dores na panturrilha, o zagueiro Vinícius Simon, que voltou a sentir a coxa, e o lateral-direito Bruno Oliveira, com dores após pancada, foram substituídos durante a última partida e são dúvidas. Wagner Bueno, Douglas Assis e Leandro Bulhões são as opções para estes setores, respectivamente.
Diretor de futebol também deixa o clube
Além de Márcio Fernandes, o diretor de futebol, Hugo Jorge Bravo, também deixou o clube na tarde de ontem. Após a saída do treinador, Hugo discutiu as diretrizes acerca do futuro colorado, mas não conseguiu se entender com o presidente Guto Veronez.
Ele explica que trabalhou para que o técnico colorado permanecesse no cargo, mas sem sucesso. Apesar de seguir outro caminho a partir de agora, Hugo garante que, mesmo apesar de não concordar com o decidido como os próximos movimentos da diretoria, torcerá para que os planos sejam acertadas.
“Tentei convencer o Márcio a ficar, mas não foi possível. Diante desse cenário, houve divergência com o presidente em relação ao que será feito daqui para frente. Estou vendo que o clube está seguindo um caminho diferente do que eu esperava. Por entender que haverá mudança de filosofia, optei por sair neste momento”, explicou.
Como parte do processo de reconstrução do Vila Nova em 2015, Hugo Jorge Bravo assumiu a direção de futebol em dezembro do ano anterior, substituindo o ex-jogador Roni. Esta foi a sua segunda passagem pelo Tigre, equipe onde também trabalhou em 2013. O gerente de futebol, Francisco Elísio, fica responsável pelo departamento de Hugo a partir de agora. (F.B.)