Quadrilha é presa com 22 kg de pasta base de cocaína
Chefe do grupo comandava o tráfico de drogas na Região Metropolitana de Goiânia de dentro da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães
Karla Araujo
Quatro pessoas foram presas e um menor apreendido suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na Região Metropolitana de Goiânia. Após 15 dias de investigação, o Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (GENARC) de Aparecida de Goiânia encontrou quase 22 kg de pasta base de cocaína com dois membros do grupo e conseguiu provas do envolvimento do restante.
Dhrielly Maria Lurdes Rodrigues, 19, foi presa na casa de uma amiga, onde escondia 16 kg do material apreendido debaixo de uma cama. Em seguida, os policiais realizaram a prisão de Maria Luiza da Silva, 22, que tinha 6 kg de pasta base de cocaína enterrados no quintal de casa. Além delas, também foram presos Matheus Ladi Lucas, 19, Wemerson Alan Cordeiro Diniz, 20, e a menor B.V.S, 17, foi apreendida.
De acordo com o delegado titular do Genarc, João Victor Costa, o chefe da organização criminosa é Kaiser Murilo Lucas, 30, preso na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) há oito anos por tráfico de drogas. Ainda segundo o delegado, Kaiser comandava o tráfico de drogas e outros crimes violentos de dentro da cadeira usando telefone celular. Quatro aparelhos foram apreendidos quando as prisões foram realizadas.
Extorsão
Quando ficou sabendo da prisão de Dhrielly, Kaiser ficou preocupado com a dívida que teria de pagar aos traficantes que estão acima dele e ameaçou a família da jovem, diz o delegado. “Ele afirmou que mandaria matar Dhrielly na prisão caso a mãe dela não lhe entregasse a casa como pagamento pela droga que foi apreendida pela polícia”, afirma o delegado. Com isso, Kaiser foi autuado pelo crime de extorsão.
De acordo com Costa, cada quilo de pasta base de cocaína custa cerca de R$ 10 mil reais. No total, o prejuízo da quadrilha foi de pelo menos R$ 210 mil. Quando transformado em cocaína, o material renderia até 400 kg da droga que seriam vendidos, provavelmente, segundo o delegado, por até R$ 2 milhões.
Família
Parte da quadrilha presa faz parte da família de Kaiser. Matheus, por exemplo, é irmão do chefe do grupo. Apesar de ser preso pela primeira vez, ele é suspeito de praticar assaltos a mão armada. Maria Luiza e a menor são primas de Kaiser. Todas as prisões foram realizadas em Trindade, mas investigação foi realizada pela polícia de Aparecida de Goiânia porque Kaiser é reeducando em uma penitenciária da cidade. Além disso, Trindade faz parte da regional de Aparecida.
O delegado Costa afirma que a investigação começou após a polícia identificar a ação de uma pessoa de dentro da cadeia no comando do tráfico de cocaína e crack na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo ele, a polícia tem certeza que há um traficante maior que Kaiser por traz da organização criminosa. “O trafico de drogas funciona no sistema de hierarquia, sempre há pessoas em posições maiores”, explica.