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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Segurança

Procura por segurança particular cresce em Goiás

Mercado cresce 12% ao ano e profissionais buscam se capacitar mais

Postado em 6 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Procura por segurança particular cresce em Goiás
Mercado cresce 12% ao ano e profissionais buscam se capacitar mais

Karla Araujo

Com efetivo de vigilantes superior ao da Polícia Militar, o mercado de segurança particular vai contra crise e continua em crescimento em Goiás. Mais de 13 mil pessoas trabalham no setor no Estado, que possui cerca de 700 empresas, sendo que apenas 55 delas possuem autorização da Polícia Federal para fazer vigilância armada. O efetivo da PM é de pouco mais de 12 mil pessoas. 

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores do Estado de Goiás (Sindesp), Ivan Hermano Filho, a procura pelo serviço cresce, historicamente, 12,5% ao ano. A tendência, diz o presidente, é que o índice aumente para 15 e até 18%. “A instalação de tecnologias, como alarmes e câmeras, está cada vez mais barata. Com isso, pessoas que antes não tinham condição, hoje podem ter esses produtos”, explica Hermano. 

O presidente do Sindesp afirma que a contratação de vigilantes também está aumentando, mesmo com o aumento do preço do serviço. “A sensação de insegurança nunca foi tão grande em todas as partes do País. A pessoa que tem condição financeira de contratar um vigilante  não deixa de fazê-la”, afirma. 

Esse é o caso de Andréia Castro, 28, proprietária de uma rede de lojas de perfumes e cosméticos importados. Porém, mesmo a contratação de vigilante armado não garantiu a segurança do estabelecimento, localizado no Setor Marista, que foi assaltado três vezes nos últimos quatro anos. “No segundo assalto, os bandidos levaram a arma do guarda e por isso optei por contratar um segurança desarmado”, afirma Andréia. 

De acordo com a empresária, manter a vigilância é uma forma de inibir os assaltantes. Além disso, o comércio também é equipado com câmeras de segurança, alarme e botão de pânico. “Infelizmente precisamos da tecnologia para garantir o mínimo de segurança aos funcionários”, lamenta Andréia, que paga cerca de R$ 4 mil todos os meses. 

Formação

Para trabalhar como vigilante, a pessoa se submete a curso com duração de 20 dias, quando terá aula de defesa pessoal, treinamento de tiro, Direito Constitucional. A cada dois anos, os vigilantes repetem o curso para continuar ena profissão. O custo é de R$ 795. 

Após as aulas básicas, o vigilante pode se especializar em transporte de valor, segurança pessoal privada, escolta armada e grandes eventos. Os cursos são ministrados em centros de formação. Em Goiânia existem quatro do tipo. Para funcionar de forma legal, as empresas de segurança privada precisam ter autorização da Polícia Federal renovada anualmente. 

A diretora do Centro de Formação de Vigilantes Tiradentes, Weslaine Alves Queiroz, explica que o trabalho do vigilante é limitado e complementar ao realizado pela segurança pública. Nos cursos, eles são orientados a reagir apenas se estiverem em situação vantajosa, que não colocará em risco suas vidas e de terceiros. 

Além disso, a diretora também esclarece que a categoria tem posse de arma apenas no posto de trabalho. Ou seja, vigilantes não têm autorização para levar as armas para casa. Quando o trabalho é finalizado, ela deve ser entregue para outra pessoa que toma o posto ou devolvida na empresa. O piso salarial da categoria é de R$ 1.251, com 30% de periculosidade, vale alimentação, seguro de vida e plano de saúde opcional. 

 Legislação favorece impunidade, diz Sindesp

Um dos responsáveis pelos assaltos na loja da empresária Andréia foi preso pela polícia, julgado como culpado e solto em seguida. Os outros assaltantes nunca foram encontrados. Para Andréia, ver os culpados saírem impunes piora ainda mais a situação. Para o presidente do Sindesp, Ivan Hermano, a impunidade, aliada ao tráfico e consumo de drogas, e o agravante da deficiência de polícia leva a ocorrências de muitos crimes e pouca punição.

“Infelizmente, vivemos uma situação caótica. Está acontecendo com a segurança o mesmo que já ocorreu com a Saúde e a Educação. Instituições particulares surgem para cobrir o vácuo deixado pelo Estado”, diz o presidente, que também proprietário de uma das maiores empresas de segurança privada de Goiás. 

 

 

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