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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Literatura

Um elo entre a vida e a aventura

Júnior Bueno Os astecas acreditavam que viviam sob o sol de Quetzalcoatl, o deus serpente emplumada, deus da criação, da aprendizagem e do vento. O sol se move levado por sua respiração. Quando os guerreiros morrem, suas almas se transformam em raras aves emplumadas e voam para o sol. Esta lenda, muito popular no México, […]

Postado em 9 de março de 2016 por Sheyla Sousa
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Júnior Bueno

Os astecas acreditavam que viviam sob o sol de Quetzalcoatl, o deus serpente emplumada, deus da criação, da aprendizagem e do vento. O sol se move levado por sua respiração. Quando os guerreiros morrem, suas almas se transformam em raras aves emplumadas e voam para o sol. Esta lenda, muito popular no México, é o ponto de partida da escritora Maria Luisa Pires Mendes para criar seu novo romance, Elo – O Tempo e a Vida. 

Assim como guerreiros que se transformam em serpentes emplumadas, o protagonista da história do livro também teve sua vida transformada por diversos percalços e aventuras. “Resumindo o livro: é a história de um homem que nasceu em uma época difícil, foi abandonado pelos pais e acabou vencendo na vida,” explica Maria Luisa, que não tem medo de ter estragado o desfecho da história. “O importante é descobrir como as coisas vão acontecer,” diz ela.

A própria história da autora daria um romance, dos bons. Natural de Rio Pomba, ela viveu na cidadezinha mineira até cair de encantos por um goiano, se casar com ele e vir para Goiânia. E o que ele estava fazendo em Rio Pomba, Dona Maria Luisa? “Ele estava doente e foi pra minha cidade se tratar,” ela se lembra. Antes de vir para Goiânia, o casal foi morar em Belo Horizonte, onde conheceu a Fundação Logosófica. Então, Maria Luisa e o marido rumaram para a capital goiana, para fundar aqui uma filial da fundação, que prega o conhecimento de si mesmo, de Deus, do Universo e de suas leis eternas. A unidade de  Goiânia dura até hoje.

Maria Luisa também ajudou a criar o Educandário Logosófico, que recentemente ganhou um prêmio internacional de criatividade. “A educação é um bem precioso e sempre esteve presente na minha vida”, diz a autora. E não é apenas uma forma de expressão. Depois de criar cinco filhos, começou a lecionar. “Eu dei aula no colégio José Carlos de Almeida, quando ele nem se chamava assim,” ela conta. “Naquela época, algumas ruas do Centro nem eram asfaltadas,” se lembra.

Aliás, foi por causa da vida que levou como professora que começou a escrever. “Quando eu dava aula, não tinha nada da história de Goiânia para ensinar para os alunos. Aí, eu conheci o doutor Venerando, que era meu vizinho”, diz ela se referindo ao primeiro prefeito da Capital, Venerando Freitas Borges. “Conversei muito com ele e escrevi um livro contando a história de Goiânia”.

Depois de enviuvar, a professora também decidiu a voltar a estudar e cursou Letras na UFG. Foi aluna de Brasigóis Felício e do imortal José Mendonça Teles. Após concluir seus estudos literários, se dedicou por sete anos a uma oficina de escrita. “Cursei a oficina até que Bernardo Élis decidiu fechar, ali pela década 1980. Mas nós demos um jeito de continuar o grupo e continuar a escrever”, diz ela.

E começou a levar a sério esse negócio de escrever. Com os filhos criados, o marido falecido e a Fundação Logosófica nas mãos de seus sucessores, Maria Luisa engrenou outra volta na roda da vida e assumiu seu lado escritora. Ao todo são cinco livros, contando com Elo – O Tempo e a Vida. Momentos, de 2003, é seu primeiro livro, de poemas. 

O segundo livro é uma coleção de pequenos textos, entre contos e crônicas, chamado Na Garganta do Monte Agha. O livro seguinte, Oscilações, levou Maria Luisa de volta aos poemas. E agora, aos 86 anos estréia na área do romance com Elo. A história se passa no Brasil e no México, de onde vem a lenda da Serpente Emplumada, que ilustra a capa do livro, que sai pela Editora América.

Segundo Maria Luisa, a história que narra no livro nasceu há muito tempo, inspirada por duas viagens que fez à Alemanha e ao México. O país europeu está presente em uma personagem e, como já citado, lendas e paisagens mexicanas ajudam a contar a história do he­rói do romance. Com uma jornada que leva uma pessoa do abandono e miséria à volta por cima, se tornando um ser pleno e feliz. Ou como descreve a autora, é um livro sobre “a ansiedade do ser em buscar uma vinculação com o espírito”.

Serviço

Lançamento ‘Elo – O Tempo e a Vida’

Data: Hoje, 9 de março

Horário: A partir das 19h

Local: Clube de Engenharia de Goiás 

(Rua 132, nº 500 – Setor Sul – Goiânia) 

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