SES alerta para acidentes com animais peçonhentos
Em 2014 foram 1.672 casos de picadas de escorpião. Este ano já são 143. Soma-se ainda 1.022 registros de mordidas de cobra
Deivid Souza
Ano a ano, os acidentes com animais peçonhentos tem aumentado no Brasil, e em Goiás não é diferente. Só nos dois primeiros meses deste ano já foram 143 casos de picadas de escorpião. No ano passado foram 1.672 acidentes do tipo mais 1.022 registros de mordidas de cobra conforme dados do Centro de Informações Toxicológicas da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Outra fonte de dados, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS), que trabalha com a rede de coleta de informações, registrou em 2014 o recorde de Goiás em relação a estes acidentes: 3.926 casos. Em 2015 aconteceu uma queda de 19,8% depois de uma série de cinco anos com aumentos consecutivos nos casos.
Em 2014, em Goiás, 14 pessoas perderam a vida nessas circunstâncias, e no ano passado foram cinco vítimas. Os levantamentos apontam que a maioria das mortes acontece nos casos de picadas de cobra. No Brasil, a quantidade de acidentes com animais peçonhentos dobrou entre 2004 e 2014 e alcançou o recorde 171.567 casos. Foram 282 mortes.
Embora os dados da SES demonstrem que serpentes e escorpiões respondam pela grande maioria das ocorrências, aranhas, lagartas e abelhas também aparecem nas estatísticas e merecem cuidados.
Para o mês de março, a preocupação aumenta porque há a previsão de alta no volume de chuvas na comparação com o registrado no mês de fevereiro. Com mais chuva, os animais peçonhentos costumam procurar abrigo e se aproximar do ser humano, o que abre precedente para a ocorrência de acidentes.
A maioria das ocorrências com serpentes acontece no meio rural, seja durante o trabalho ou lazer. Já os casos com escorpiões têm a maioria no meio urbano. A principal orientação para prevenir os acidentes, sobretudo em meio urbano, é eliminar os locais que possam servir de abrigo para esses animais. Para isso, é importante manter o quintal limpo, livre de entulho, lixo, folhas secas, materiais de construção, entre outros.
Socorro
A médica veterinária da SES, Veruska Castilho, explica que o melhor a fazer em casos de acidentes com cobra ou escorpião é lavar a área da ferida com água e sabão e encaminhar a vítima para o posto de saúde mais próximo. “Todo acidente é potencialmente grave. Porém, a gente só vai saber se é ou não (grave) no decorrer do atendimento, mas nem todo caso requer soro”, alerta.
A restrição é porque o soro, além de combater o veneno, pode provocar reações adversas. “O uso do soro tem que ser muito bem avaliado, às vezes é melhor que a pessoa não o use” ressalta.
Contatos
Profissionais de saúde, socorristas e vítimas podem ter informações sobre o que fazer nestes casos ligando nos telefones 0800 6464 350 ou 0800 722 6001, onde um médico especialista orienta os procedimentos. No site da SES também estão várias dicas de prevenção aos acidentes.
Ao avistar qualquer animal peçonhento, a secretaria de saúde do município deve ser acionada para captura e outras medidas de prevenção.