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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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AEDES

Inseticidas contra o Aedes são letais para predadores, segundo especialista

Especialista diz que predadores nunca estiveram nos aglomerados urbanos como o mosquito, mas uso de veneno contribuiu para desaparecimento desses animais
da cidade

Postado em 14 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Inseticidas contra o Aedes são letais para predadores
Especialista diz que predadores nunca estiveram nos aglomerados urbanos como o mosquito

Karla Araujo

O combate ao Aedes aegypti está matando também seus predadores. As doses de inseticidas aplicadas por meio de fumacês e bombas costais ao longo dos anos levaram a larva toxorinchetes, por exemplo, à extinção nos aglomerados urbanos da Região Metropolitana de Goiânia. A afirmação é do professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ionizete Garcia da Silva. 

De acordo com o docente, a toxorinchetes é uma larva muito grande, mas pouco resistente. Ela se alimenta do Aedes aegypti na fase pupa– intermediária entre larva e mosquito. “Inseticidas comprados em supermercados são eficientes para matar diversos insetos, inclusive os predadores do Aedes. Ou seja, a mudança no meio ambiente é responsabilidade tanto do poder público quanto dos cidadãos”, explica Ionizete.  

O professor afirma ainda que os predadores do mosquito responsável pela transmissão dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela nunca estiveram nos aglomerados urbanos na mesma proporção que o Aedes aegypti. Desta forma, não é possível afirmar que a morte dos predadores causada pelos inseticidas tenha contribuído diretamente para as epidemias de dengue pelo Brasil e os recentes surtos de zika. No caso de controle biológico do Aedes aegypti, a toxorinchetes seria a melhor opção, diz o especialista. Porém, em Goiânia, a larva só é encontrada em regiões silvestres.

Inseticidas  

Por recomendação do Ministério da Saúde, fumacês e bombas em Goiás são abastecidos para o combate ao Aedes aegypti com o organofosforado, chamado Malathion EW 44%, que é solúvel em água e não tem cheiro. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, as doses recomendadas e usadas pelo poder público não apresentam riscos à saúde humana. 

No caso de animais de estimação, porém, é preciso tomar alguns cuidados. No momento da pulverização, aquários, gaiolas e bebedouros de animais devem ser protegidos. Mesmo que a pequena dose de inseticida pulverizado no ambiente não seja letal para o ser humano, pode representar perigo para pequenos animais.  

 Bombas costais dão lugar a fumacês 

 Diante da baixa eficiência e alto custo do UBV, conhecido popularmente como Fumacê, as bombas costais têm sido o principal instrumento contra o mosquito Aedes aegypti em Goiás. O coordenador-geral de controle ambiental de vetores da SES, Marcello Rosa, explica que são necessárias até quatro pulverizações com fumacê veicular para ter o mesmo efeito das bombas costais motorizadas. 

Ainda segundo Rosa, o fumacê produz resultado do muro para fora e várias barreiras físicas impedem a entrada das gotículas nos domicílios, como copas de árvores, muros, outdoor, ventos, chuvas, janelas e portas fechadas. “Os mosquitos ficam geralmente debaixo de camas, atrás de sofás e estantes”, afirma o coordenador.  

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os fumacês são utilizados conforme o cenário epidêmico. Em Goiânia, por exemplo, eles não são empregados desde o início da seca de 2015. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informa que as bombas costais têm dado a resposta necessária. O Estado de Goiás possui 52 fumacês veiculares e 650 bombas costais, que são abastecidas com o mesmo inseticida. Ainda segundo a SES, esse número é suficiente, conforme parâmetros do Ministério da Saúde, baseado no número de imóveis no Estado.

(Imagem: Fotos Públicas)

 

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