Lollapalooza encerra mais uma edição com sucesso
De Luccas Oliveira (Agência O Globo) Realizado desde 2012, anualmente, em São Paulo, o Lollapalooza cumpriu o desafio de manter a relevância ao apostar em artistas internacionais que estão com trabalhos recém-lançados, apresentados no Brasil pela primeira vez. Foi o caso de Florence + The Machine, responsável por encerrar o palco principal anteontem, após um fim […]
De Luccas Oliveira (Agência O Globo)
Realizado desde 2012, anualmente, em São Paulo, o Lollapalooza cumpriu o desafio de manter a relevância ao apostar em artistas internacionais que estão com trabalhos recém-lançados, apresentados no Brasil pela primeira vez. Foi o caso de Florence + The Machine, responsável por encerrar o palco principal anteontem, após um fim de semana de shows no Autódromo de Interlagos.
Seu mais recente disco, How Big, How Blue, How Beautiful (2015), pode até não representar uma revolução na carreira da banda britânica, mas acertou em cheio seu fiel público. O som baixo, perceptível no início, foi rapidamente superado pelo clima entre banda e público. O grupo também se apresentou na noite de domingo no Rio, em dobradinha com a Mumford & Sons.
Outro que faz show em terras cariocas (nesta terça-feira, no Circo Voador), o Alabama Shakes foi uma das atrações mais aguardadas do domingo, e não fez feio. Impulsionados pelo sucesso do disco Sound & Color, vencedor de dois Grammys neste ano, os americanos mobilizaram uma multidão, e fizeram um dos melhores shows.
Aguardado também era o retorno de Noel Gallagher ao Brasil, com sua High Flying Birds. Ele chegou a brincar ao dedicar aos fãs de Oasis, banda que o consagrou, a música You Know We Can’t Go Back (em tradução livre, “Vocês Sabem Que Não Podemos Voltar Atrás”). Mas cantou, em seguida, Champagne Supernova, um dos sucessos do grupo que criou com seu irmão e hoje desafeto, Liam. Ainda assim, o show não emocionou.
No sábado, os britânicos do Mumford & Sons fizeram, finalmente, sua estreia no País, apostando em sucessos mais antigos, como Little Lion Man e Below My Feet. A ótima apresentação contou com firulas típicas, como declarações de amor ao Brasil e o convite para uma fã subir ao palco. Ainda no primeiro dia, os Eagles of Death Metal fizeram um show comovente, exatos quatro meses após a banda ter testemunhado o ataque terrorista no Bataclan, em Paris.
Mas a grande expectativa do sábado estava nas costas do rapper Eminem. Sem lançar um disco desde The Marshall Mathers LP 2, de 2013, e após vetar a transmissão de seu show pela TV, ele até apareceu no palco disposto, mas fez uma apresentação longa (33 músicas) e burocrática, o que ajuda a botar em xeque sua relevância em tempos de Kendrick Lamar e, por que não, Kanye West.
Da parte estrutural do festival, merecem elogios o palco dedicado à música eletrônica, maior que o habitual, e a facilidade de locomoção. Por outro lado, a forte chuva que castigou São Paulo no fim de semana deixou inevitáveis rastros de lama. E o esquema de trocar reais por mangos, a “moeda” de uso obrigatório, serviu mais para mascarar preços abusivos que para facilitar a vida do público.