Beatles viaja pelo teatro musical
‘Beatles Num Céu de Diamantes’ transporta para a linguagem teatral uma visão única sobre a obra da banda
Anna Carolina Mendes/especial para o hoje
Nove atores no palco, poucos recursos cênicos, nenhum diálogo. O musical Beatles Num Céu de Diamantes apresenta uma das maiores contribuições para a indústria fonográfica mundial: a obra dos Beatles. Os poucos objetos cenográficos no palco dão espaço para o piano, ukulele, violoncelo, violão e percussão. Em sua décima terceira temporada, o musical percorre o caminho da viagem sonora dos quatro garotos de Liverpool, por meio da visão dos dois diretores do espetáculo, Cláudio Botelho e Charles Möeller. A exibição do espetáculo em Goiânia ocorre no Teatro Madre Esperança Garrido, nestes sábado (19) e domingo (20).
Para Möeller, a visão transposta para a linguagem do teatro musical é única pois não tem personagens imitando os integrantes da banda, fazendo cover dos Beatles ou referências aos fatos históricos dos anos 60. Segundo o diretor, a obra da banda ainda está muito viva em nosso imaginário “Do ieieiê ao lisérgico, passando por acordes indianos e tantas rupturas estéticas, nada cheira a naftalina”, expressou Möeller.
História
Sem um enredo fixo, a narrativa do espetáculo registra histórias e situações que trilham pelas notas musicais de 54 músicas do repertório dos Beatles, algumas na íntegra e trechos e frases de outras. De acordo com Jules Vandystadt, ator, arranjador vocal e um dos roteiristas do musical, o fio condutor da história gira em torno de uma personagem que passa por diversas experiências, como amor, decepção e amadurecimento, depois de sua fuga de casa.
Ao longo do espetáculo, a menina torna-se cada um dos cantores, os quais vivem as experiências junto com ela. A personagem acaba retornando para casa, mas transformada, depois de todas as suas vivências no mundo. Segundo Vandystadt, o roteiro original foi modificado para uma temporada no Rio de Janeiro, em 2014, e continua o mesmo desde então. “Nós sempre fazemos uma música que não está no roteiro ao final do espetáculo. É o nosso bis, e é surpresa”, contou o roteirista. Com um cenário minimalista, a utilização de marcas e expressões corporais compõem um palco que homenageia uma das mais importantes contribuições para a cena musical dos anos 60, criando um musical que mescla as composições da banda e dos idealizadores do espetáculo.
Criação
Jules Vandystadt ressalta que os arranjos das músicas são originais e confeccionados tendo em vista o roteiro, e não a discografia do quarteto de Liverpool, na busca por um espetáculo criativo, que não utiliza da imitação como recurso narrativo. Para Gottsha, uma das atrizes do musical, o maior desafio foi a criação de arranjos próprios para as já consagradas músicas da banda: “Os arranjos são de uma elegância e glamour sem igual, sem descaracterizar as originais”, destacou a atriz.
Convidados pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de Copacabana para montar um espetáculo de verão em 2007, que ficaria em cartaz por dois meses, os diretores Cláudio Botelho e Charles Möeller estão já há oito anos como realizadores do musical. O elenco, inicialmente composto por atores e atrizes amigos de Botelho e Möeller, experimenta hoje uma formação rotativa. “A preparação é em torno de um mês, no máximo, para quem ainda não trabalhou no musical”, denotou Gottsha.
SERVIÇO
Musical: ‘Beatles Num Céu de Diamantes’
Local: Teatro Madre Esperança Garrido
Endereço: Av. Contorno, 241, Setor Central
Dias: 19 e 20 de março (sábado e domingo)
Horário: 19h e 21h30 no sábado e 20h no domingo
Ingressos: R$ 80 (inteira)