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domingo, 1 de setembro de 2024
LUTO

Morre, no Rio de Janeiro, crítico de cinema José Carlos Avellar, aos 79

Além de crítico, José Carlos também foi autor de livros, produtor de longas metragens e gestor público

Postado em 19 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Morre
Além de crítico

Autor de livros como O Chão da Palavra (2007), sobre cinema e literatura no Brasil, e A Pon­te Clandestina (1995), que aborda teorias de cinema na América Latina, José Carlos Avellar era o responsável pela programação audiovisual do Instituto Moreira Salles (IMS), que, em nota, lamentou a morte dele, ocorrida ontem, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Ele estava em tratamento contra um câncer. A nota do IMS diz o seguinte:

“Seus amigos e admiradores ressaltam uma característica fundamental do crítico: sua memória. Avellar era capaz de rememorar cenas específicas, descrevendo em detalhes um singelo plano de um filme assistido décadas atrás. Seus artigos e ensaios exibiam um vasto conhecimento da produção mundial e da história do cinema, e articulavam a difícil relação entre a sétima arte e outros campos de conhecimento, como a psicanálise”.

Nascido em 1936, no Rio, Avellar começou a escrever críticas de cinema no Jornal do Brasil, onde trabalhou durante duas décadas. A maneira com que analisava filmes lhe assegurou projeção internacional. Seus textos e artigos foram usados em catálogos de festivais importantes, como o de Locarno, na Suíça. Além disso, foi consultor da Berlinale e dos festivais de San Sebastián, na Espanha, e de Montreal, no Canadá. Em dezembro de 2006, foi condecorado pelo governo francês com o Chevalier des Arts et Lettres, láurea concedida em reconhecimen­to às contribuições para a arte.

Como gestor público, chegou a comandar a Cinemateca do MAM e foi vice-presidente da Associação Internacional dos Críticos de Cinema (Fipresci), além de curador do Festival de Gramado, entre 2006 e 2011. 

“ Ele tem uma importância singular não só por ter passado por várias instituições, como cinematecas, mas, principalmente, por ter estimulado a reflexão cinematográfica”, diz Irene Ferraz, diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.  “Ajudou a levar o Brasil para o mundo, vendo e apontando filmes para festivais internacionais. Quantas janelas ele abriu para o Brasil!”. (Agência O Globo) 

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