Trabalho voluntário é essencial
“Os voluntários são quem mantêm a instituição
em pé”, diz
Hellen
O trabalho voluntário é uma atividade não remunerada de livre e espontânea vontade de quem se disponibiliza. A atuação é frequente em hospitais, institutos sem fins lucrativos e organizações não governamentais (ONGs). O Solar Colombino, abrigo para Idosos, fundado em 19 de julho de 1970, conta com 15 voluntários para atender as necessidades de 52 pessoas.
Segundo a coordenadora, Sarah Helena do Amaral, o serviço voluntariado é essencial para o andamento do abrigo. “Com toda certeza o Solar não seria o mesmo sem os voluntários, visto que esses, além de contribuírem enormemente nas tarefas da entidade, oxigenam o convívio da casa com sua presença, trazendo sugestões e práticas positivas”, explica.
A servidora pública e coordenadora do Grupo Irmão Amigo (fundado em 2009), Hellen Cristiny Gomides, relata que 20 pessoas dão assistência ao projeto. Os voluntários são quem mantêm a instituição em pé. “Graças à ajuda deles nossos planos vão para frente. Sem eles não seria possível”, conta.
Para ser ajudante, o interessado deve procurar a organização e fazer uma entrevista. No Brasil, o dia do voluntário é comemorado no dia 28 de agosto, já internacionalmente ,a data é celebrada no dia 5 de dezembro. Esta comemoração foi estipulada em 1985 pela Organizações das Nações Unidas (ONU).
Experiência
A chefe de departamento pessoal, Yonara Silva Lustosa, 21, é voluntária há 12 anos e hoje ajuda no Solar Colombino, Abrigo de Idosos. O que a motivou foi o seu lar. Desde pequena seus pais a ensinaram a importância de ajudar o próximo.
Para conciliar sua rotina com o trabalho voluntário Yonara prioriza o tempo. Confessa ser puxado, porém como gosta acaba não fazendo menção de tempo e disponibilidade. “Reservo sempre três horas das manhãs dos meus domingos para ajudar o asilo”. Os pais apoiam a jovem. Mas, às vezes a alertam do tempo que a filha deveria tirar para si.
Uma história marcante para a voluntária foi aos seus 15 anos. Na escola, ela escolheu fazer um trabalho sobre dependência química, assim conheceu a Casa de Dependentes Químicos Adonai. “Conheci um garoto de cinco anos de idade e fiquei horrorizada em ver aquilo, uma criança que deveria estar brincando se comportava como um delinquente.” A chefe de departamento soube que o garoto atuava como aviãozinho (office-boy dos traficantes), da região onde morava. Depois de ajudá-lo , Yoanara soube que o menino tornou-se o melhor aluno e que sonhava em ser médico. Yonara ficou muito feliz e mais motivada.
A advogada, Lia Raquel Mascarenhas, 26, há 18 meses ajuda o Grupo Irmão Amigo, instituto que assiste 160 famílias residentes nos arredores do lixão de Aparecida de Goiânia.
Notar a carência da sociedade e estar em condições para ajudar, fez com que ela decidisse ser voluntária. “Ajudar os outros me transforma em uma pessoa melhor. O mundo começa a ser visto com outros olhos.” Diante de sua rotina ela se organiza e consegue tirar uma hora do seu dia para as atividades no grupo.
Emoção
O fato de poder dar o pouco do que tem a quem precisa foi o que levou o supervisor de recursos humanos, Alan Dhione Nunes de Moraes, 23, a ser voluntário. Há nove anos ajuda o Instituto Palhacia (voluntários vestidos de palhaços que atuam em hospitais). Aos sábados, ele procura focar suas ações voluntárias. “Minha mãe às vezes cobra um tempinho a mais para ela, mas no final ela me entende”, completa. O momento que o marcou foi quando conheceu um menino com síndrome de Guillain Barré, que gera paralisia muscular. “Os outros voluntários não quiseram ir onde estava o garoto devido à tristeza da mãe. Porém, eu fui até o quarto. Brinquei com a criança a ponto dela segurar minha mão e apertá-la, causando a surpresa e desespero da mãe devido o filho não poder se mexer. Isso me marca até hoje”, descreve.