Karla Araujo

Fechado há quase um ano, o Cais Garavelo transformou-se em moradia  (mocós) para pessoas em situação de rua e usuários de drogas. O prédio está localizado na Avenida Igualdade, importante região comercial de Aparecida de Goiânia. O Sine municipal e uma creche também funcionam na praça, mas a parte abandonada onde funcionava o Cais é evitada pelos moradores da região.

A unidade de saúde foi fechada em abril de 2015 após determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE-GO), que alegou diversas irregularidades quanto à estrutura, higiene e equipamentos. A demanda da unidade de saúde foi transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Setor Buriti Sereno. 

Desde então, o prédio está abandonado. As paredes foram pichadas e janelas quebradas. Segundo a vendedora ambulante Rosangela de Nazaré, 49, o material deixado dentro das salas se tornaram criadouros do mosquito Aedes aegypti. Roseval Pereira da Silva, 47, também trabalha como vendedor na região e destaca a insegurança no local. 

“As pessoas não passam entre o Cais e o Sine por medo. A polícia chega à noite e queima os colchões das pessoas que dormem no local, mas logo eles estão de volta”, lamenta Roseval. O vendedor ainda afirma que a transferência do atendimento médico para o Buriti Sereno prejudicou os moradores do local. “A UPA é mais perto, mas dependendo do serviço que procuramos, é melhor levar no Cais Nova Era, perto do Terminal Cruzeiro do Sul”, diz.  

Planos

A secretária de Projetos e Captação de Recursos de Aparecida de Goiânia, Valéria Pettersen, explica que a prefeitura espera a conclusão uma nova creche na região para transferir os alunos que estudam no prédio localizado na praça. Isso deve acontecer até o início do próximo semestre. Em seguida, diz Valéria, os edifícios serão demolidos e um shopping construído no lugar. O chamamento público para selecionar a empresa responsável será feito assim que a creche for transferida.

Em relação ao fechamento da unidade de Saúde, a secretária afirma que a UPA do Buriti Sereno supre toda a demanda da região.  Por nota, secretário da Guarda Civil e Defesa Social de Aparecida de Goiânia, sargento Jonas Cachoeira, informou que as rondas da Guarda “trabalham de forma ostensiva nas imediações da praça onde antes funcionava o Cais Garavelo, evitando assim maiores riscos para a população”. 

Cinco anos

A obra parada do Cmei Aristoclídes Teixeira, no Jardim Pompeia, passa por situação semelhante. Em cinco anos, duas empresas já começaram a obra e, em seguida, abandonaram o contrato. Segundo a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), um novo processo licitatório está em tramitação para a continuidade da obra. Com o local abandonado, moradores reclamam também da falta de segurança, pois o edifício tornou-se esconderijo para usuários de drogas. 

Procurado pelo O Hoje o comandante da Guarda Civil Metropolitana, Elton Magalhães, esclareceu que a Guarda não é responsável pela segurança de obras. A Polícia Militar também afirmou que não é da competência da instituição.