Prepare o bolso: remédios ficam 12% mais caros
A correção das perdas inflacionárias foi uma das razões para a elevação do preço
Elder Dorneles
A partir de ontem os remédios ficaram mais 12% mais caros. Segundo a presidenta do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Goiás (SINFAR), Lorena Baia, o valor está acima da inflação. A correção das perdas inflacionárias foi uma das razões para a elevação do preço.
Outro motivo ponderado, segundo Lorena, tem a ver com as matérias primas utilizadas na fabricação, que devido ao aumento do dólar apresentam um alto custo. “Muitos não sabem, mas o grande valor da energia influência no percentual alto. As empresas trabalham diuturnamente, assim consomem mais ” explica. Ela completa que a falta de medicamento nas prateleiras, situação reclamada por quem trabalha na área, é também devido aos problemas.
A presidenta informa que 20 mil itens aumentaram, dentre eles destacam-se os remédios para tratamento de diabetes, hipertensão, asma e osteoporose. De acordo com Lorena, muitas usuário fazem estoque de remédio em casa, já para alguns farmacêuticos o problema está na distribuição, “No fim quem vai sentir o reajuste no bolso é a população”.
A orientação passada do Sinfar para o consumidor é procurar outra forma de acesso ao remédio. Uma delas é o Programa Farmácia Popular, onde a medicação é oferecida com isenção do valor em até 90%. O projeto é subsidiado pelo do Governo Federal. Outra saída usada pelas farmácias públicas é mandar as receitas para os postinhos, onde a distribuição é gratuita.
Lorena diz que por lei os donos das farmácias podem aumentar o valor, mas isso irá depender de cada estabelecimento.
Absurdo
A aposentada, Lídia Antônia de Souza, 65, acha essa situação um absurdo. Ela toma, há 17 anos, seis remédios por dia e gasta por mês R$ 400. “Não tem lógica, quase toda a minha aposentadoria é gasta em remédio. Se eu tomasse uma vez ou outra, menos mal. Porém são remédios de uso contínuo,” desabafa.
Lídia conta que terá que reajustar seus gastos e prevê um aumento no orçamento para continuar comprando. “O farmacêutico tenta fazer o possível, procura o mais barato, e até me ajuda com um desconto. Agora, creio que o desconto não vai ajudar muito,” explica.
A professora aposentada, Alacoque Venâncio, 65, gasta R$ 580 por mês nos três remédios que toma diariamentea. Há 15 anos o valor tira a tranquilidade dela. “O aumento é uma palhaçada, fruto da corrupção. O lazer fica distante nessa situação. Os remédios agora são minha prioridade. Antes eu até conseguia viajar, mas hoje não sobra dinheiro para mais nada”, lamenta.