Flaviane Barbosa

No mês de março foi celebrado o Dia Mundial do Sono. De acordo com a estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) 40% dos brasileiros sofrem de insônia. A neurologista especialista em sono e presidente da Associação Regional do Sono Centro-Oeste (ARSCO), Giuliana Macedo Mendes, explica que existem três tipos de insônia. O primeiro, consiste na dificuldade empegar no sono ao deitar. Uma das principais causas é a ansiedade. O segundo, é despertar várias vezes durante o sono. Pode estar relacionada ao ronco e à apneia do sono. O terceiro, é a dificuldade em terminar o sono, que pode estar relacionada à transtorno depressivo. 

Um dos problemas também causados pelo distúrbio do sono, o ronco, também merece atenção. A neurologista conta que pessoas que roncam têm 95% de chance de ter apneia obstrutiva do sono. Segundo a Associação Brasileira do Sono, a apneia consiste eminterrupções breves e repetidas da respiração com duração de pelo menos dez segundos numa frequência maior que cinco episódios por hora de sono. A neurologista diz que qualquer pessoa pode desenvolver tanto a apneia quanto a insônia, porém há alguns fatores de risco que aumentam a chance de tê-las, . “Obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto são alguns desses fatores”, pondera.

Sintomas

De acordo com a Giuliana, a apneia tem sintomas diurnos e noturnos. À noite, os principais são o ronco e o despertares frequentes. Pela manhã, os sintomas podem ser sonolência diurna, além de cansaço, irritabilidade e alteração de memória. A neurologista reforça que o sono de qualidade é muito importante, pois não depende só de pegar no sono e sim de que a noite dormida resulte em descanso. Para isso é indispensável ter uma quantidade mínima de sono. Para adultos de 18 a 60 anos, o ideal é dormir de sete a oito horas por noite. Giuliana alerta que pessoas que dormem mal correm mais risco de ter hipertensão arterial, infarto e derrame.  

Hábitos saudáveis combatem a insônia 

A neurologista explica que o tratamento da insônia causada pela ansiedade, depende do que desencadeou a ansiedade. O tratamento consiste em medidas comportamentais e medicamentosas.Já para a apneia obstrutiva do sono,o tratamento indicado são aparelhos usados para dormir. 

Apesar de não sofrer do mal todos os dias, Jordana Macedo, 26, chega a ficar um mês sem conseguir dormir direito quando tem crises de insônia. Há dez anos a estudante de Letras-francês tem problemas para dormir. “Eu deito e simplesmente o sono não vem. Fico deitada por três horas sem nem conseguir cochilar”.Jordana conta que fica muito cansada depois de três dias sem dormir e chegou a procurar um médico para tratar do problema. Ela explica que os remédios receitados eram fortes e preferiu não tomar. “Pretendo fazer algum tratamento, porém quero algo natural”.

Dicas

A associação Brasileira de Medicina do Sono recomenda dez hábitos para uma boa noite de sono. São eles: ter horário para dormir e acordar, ir para a cama somente na hora de dormir, fazer atividade física em um ambiente saudável, não fazer uso de álcool próximo do horário de dormir, não ingerir medicação para dormir sem orientação médica, não exagerar em beber café, chá e refrigerante, fazer atividade física em horários adequados e nunca próximo à hora de dormir, jantar moderadamente em horário regular e adequado, não levar problema para a cama e fazer atividades relaxantes e repousantes após o jantar.