Crise diminui cobertura completa dos seguros
Com a inflação e a crise em alta, a falta de dinheiro vem se tornando rotina para o cidadão. Com isso, as coberturas dos seguros vão diminuindo. Em Goiás, no ano passado, o número de cancelamentos ou diminuição de cobertura de carros de algumas seguradoras era 7%, esse ano subiu para 10%. Para a corretora […]
Com a inflação e a crise em alta, a falta de dinheiro vem se tornando rotina para o cidadão. Com isso, as coberturas dos seguros vão diminuindo. Em Goiás, no ano passado, o número de cancelamentos ou diminuição de cobertura de carros de algumas seguradoras era 7%, esse ano subiu para 10%. Para a corretora de seguros, Júlia Cristina, o motivo da procura por uma cobertura menor é relativo às finanças, ela comenta que a crise assusta a realidade de algumas pessoas, “Houve uma queda significativa, as pessoas não veem o seguro como algo necessário, mas como uma despesa a mais”.
A corretora explica que medidas como não ter carro reserva, guincho ilimitado e vidros completos (cobertura que assegura todos os vidros danificados) são aconselhados para que o cliente diminua o custo. Outra alternativa é o perfil da pessoa, se ela tiver mais de 35 anos de idade, se ela fora casada e não ter filhos que dirijam, por exemplo, o preço é menor. Em caso de plano de saúde a saída para aliviar o bolso é optar por quartos coletivos ao invés de quartos particulares no caso de internação.
Cristina conta que sempre que algum cliente a procura querendo a anulação do seguro ou a diminuição da cobertura, ela os aconselha a não fazer por causada criminalidade e a dificuldade de recuperar seu investimento e benefícios. . “O freguês tenta poupar os gastos, porém no futuro pode acontecer um problema e piorar a situação. O melhor é tentar negociar.”
O gerente de contas, Lazaro Mendonça Vilela, diz que o cliente ao comprar o carro procura o menor preço no seguro, e na hora da contratação o mais comum é reduzir a cobertura do carro reserva.
Segundo Mendonça, os benefícios que foram descartados pelo usufruidor são cobertura a danos a terceiros, danos morais, carro reserva entre outros. “Muitos ao fazerem o ato da compra querem o valor do seguro do automóvel menor , mas por causa da tabela fixa (valor que o seguro cobre em relação ao preço do carro) a negociação se torna difícil”.
Os veículos são os mais procurados na hora de fazer o seguro, depois vem imóveis seguido de seguro de vida.
CRISE
Fernando Coelho de Assis, 20, diminuiu a cobertura completa do seguro do seu carro por achar o valor muito caro. A crise foi o estopim para a decisão, “os negócios da empresa caíram então para cortar alguns gastos diminuímos o plano” explica o auxiliar de escritório.
Na negociação de Fernando, a corretora o ajudou a procurar outras empresas afim de achar um valor mais baixo, porém a melhor opção foi diminuir o plano.
Para Rosilene Alves ,48, o seguro completo do carro do filho foi mudado, a renda baixa apertou o bolso da empresária que escolheu diminuir a cobertura. “O seguro só cobre danos a terceiros por que na atual situação é o mais viável para nós.”
Como alternativa econômica ela, junto com o marido Márcio Mendonça, 52, decidiu que trocaria a seguradora do seu carro por ser mais barata, com isso ela obteve mais um benefício, a cobertura da casa. “Nós trocamos porque ficava mais barato em relação ao antigo seguro, assim ficou mais em conta”, afirma.
A auxiliar administrativa, Jessica Fernandes, não encontrou outro meio, optou por cancelar seu seguro. O plano que protegia seu carro era completo, porém devido à crise financeira afetá-la, ela optou por anular. “ Por mais que diminuísse a cobertura do seguro, não iria resolver. O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), venceu no mesmo dia da expiração do meu seguro”, explica.
Seguro popular
Para carros com mais de cinco anos de uso foi aprovado, em fevereiro, pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), normas do seguro popular de automóveis, que terá como principal mercado os donos de veículos com esta idade. De acordo com informações divulgadas pela Superitendência de Seguros Privados (Susep), o novo seguro terá como principal característica a utilização de peças recondicionadas ou seminovas para reparo dos veículos, o que vai ser possível a partir da Lei 12.977, de maio de 2014, que regulamentou os desmontes de veículos em todo o país.
A expectativa é que o seguro popular custe até 30% a menos que um seguro convencional. Dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) mostram que enquanto em um carro zero-quilômetro o seguro corresponda a até 6% do valor do veículo, num automóvel fabricado em 2011 a garantia de proteção chegue a 15% do valor do carro.
A cobertura mínima do novo seguro deverá compreender a garantia de indenização por danos causados ao veículo por colisão, sendo vedada a oferta de cobertura que preveja apenas a indenização integral por colisão. O segurado também poderá optar, em caso de danos parciais, entre a utilização de oficinas de sua livre escolha ou de oficinas pertencentes à rede referenciada da seguradora, diz nota da Susep.
Legenda: “O seguro só cobre danos a terceiros por que na atual situação é o mais viável para nós.”
Personagem da foto: Rosilene Alves