O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 23 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Argentina

Macri está “tranquilo” após aparecer como dono de segunda offshore, diz governo

Macri também foi citado como como vice-presidente da Fleg Trading, uma sociedade que funcionou nas Bahamas de 1998 até o final de 2008

Postado em 6 de abril de 2016 por Redação
Macri está “tranquilo” após aparecer como dono de segunda offshore
Macri também foi citado como como vice-presidente da Fleg Trading

O chefe de Gabinete da Presidência da Argentina,  Marcos Peña, disse nessa terça-feira (5) que o governo está “tranquilo” após o nome do presidente argentino, Mauricio Macri, ter sido citado como controlador de uma segunda offshore nas Bahamas, a Kagemusha. Segundo Peña, não há motivo para preocupação porque “as sociedades foram declaradas ao fisco argentino” e “não há nada de oculto”.

Macri também foi citado como como vice-presidente da Fleg Trading, uma sociedade que funcionou nas Bahamas de 1998 até o final de 2008, quando foi dissolvida, nos Panamá Papers, uma investigação jornalística publicada no último sábado (2) pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês).

Na segunda-feira, o próprio Macri deu entrevista assegurando que não fez nada ilegal e elogiando a publicação dos Panamá Papers: 11,5 milhões de documentos, do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, especializado na abertura de empresas em paraísos fiscais.

O acervo da Mossak Fonseca foi entregue, por uma fonte anônima, ao jornal alemão Suddeutsche Zeitung, que decidiu compartilha-lo com o CIJI. A apuração – da qual participaram 376 jornalistas de 76 países, inclusive o Brasil – durou um ano e revelou como 143 políticos (entre os quais doze atuais e ex-chefes de Estado e de governo) tem feito uso de paraísos fiscais.

Declarações de bens

Ter uma empresa offshore não é crime, a não ser que a empresa seja usada para atividades ilegais, lavagem de dinheiro ou evasão de impostos. No caso de Macri, a investigação apontava para o fato de que ele não incluiu a Fleg Trading nas declarações de bens feitas em 2008 e 2009, quando ele era prefeito da capital argentina, Buenos Aires. 

A assessoria da Casa Rosada divulgou uma nota, no mesmo dia da publicação dos Panamá Papers, justificando a omissão. Segundo a nota, Macri não tinha o que declarar, pois ele não tinha participação acionária na empresa e apenas ocupava um cargo formal, sem remuneração.

Investimentos

Na entrevista feita na segunda-feira, Macri explicou que a Fleg Trading foi aberta para investir em projetos no Brasil, mas acabou sendo dissolvida no final de 2008 porque os investimentos acabaram não sendo feitos. A sociedade, segundo o presidente, sempre funcionou dentro da lei e foi devidamente declarada ao fisco argentino pelo pai dele, o empresário Franco Macri, que controla os negócios da família.

Segundo Peña, a situação de Macri na Kagemusha é igual a da Fleg Trading. “Uma companhia que pertencia ao seu pai, criada por alguma razão e que acabou não realizando suas atividades, onde os membros da família foram nomeados diretores porque eram de confiança”. Mas, ao contrário da Fleg Trading, a Kagemusha continua ativa e teria um capital de US$ 10 mil.

A oposição criticou o presidente, que assumiu em dezembro passado com a promessa de um governo “transparente” e “tolerância zero com a corrupção”. Legisladores da Frente para a Vitoria (da ex-presidenta Cristina Kirchner) exigiram maiores esclarecimentos. Macri entregou documentos a sua aliada política, Elisa Carrio, provando que a empresa tinha sido declarada pelo pai.

Cristina Kirchner

No dia 13, a ex-presidenta Cristina Kirchner (antecessora de Macri) foi chamada para depor perante a Justiça, que investiga uma operação de venda de dólares a futuro feita no fim de seu segundo mandato. O Banco Central teria vendido reservas em moeda norte-americana a valores inferiores aos do mercado.

Na terça-feira (5) o empresário Lazaro Baez foi detido. Ele é suspeito de ser o testa-ferro da família Kirchner e está sendo investigado por lavagem de dinheiro. Baez foi convocado para prestar depoimento à Justiça na quinta-feira (7). (Agência Brasil)

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também