Rinaldi desmente saída de Dunga
Dirigente se diz surpreso com a notícia da mudança na comissão técnica da seleção brasileira
Gilmar Rinaldi disse estar surpreso com notícias da possível saída dele e de Dunga da comissão técnica da seleção. Mas não é novidade nos corredores da CBF que a dupla balança, foi cobrada pelos últimos resultados e, sobretudo, pela condução dos recentes episódios envolvendo Neymar. A manutenção de ambos, inclusive, só tem sido possível pela falta de opções no mercado.
Tite, técnico do Corinthians, depois de ter sido preterido logo após a Copa de 2014 pelo próprio Dunga, diz ter recusado convites em 2015. As revelações foram publicadas em livro e citam o presidente licenciado Marco Polo del Nero como mentor da ideia. Prova de que não é tão surpresa assim a vontade de a CBF trocar a comissão técnica, como falou Gilmar, coordenador de seleções.
Del Nero ainda dá as cartas, mesmo com o coronel Antônio Carlos Nunes na presidência em exercício, e mostrou impaciência com a colocação da seleção nas eliminatórias (6º, fora da zona de classificação), com o fracasso na Copa América e, recentemente, com a falta de comando para lidar com Neymar.
A quatro meses das Olimpíadas do Rio, há a preocupação com as atitudes de Neymar como capitão e líder da seleção. No núcleo de comando da entidade, há quem defenda a tomada da braçadeira, mas apenas como medida extrema. Se acontecesse, Miranda seria o novo capitão, como foi nos cinco jogos de Dunga em competições oficiais nos quais Neymar não jogou por estar suspenso. Dos 10 jogos de Dunga em campeonatos, Neymar participou da metade. Nas eliminatórias, foram três em seis.
A CBF não quer que as intempéries do atacante do Barcelona se repitam nos Jogos, a partir de agosto, e deixem na mão uma seleção jovem e disputando em casa o único título que o Brasil não tem.
A mudança de postura de Neymar incomoda. Quando recebeu a covarde entrada do colombiano Zuniga, que o tirou da Copa do Mundo do Brasil, o craque foi à Granja Comary dar uma força aos companheiros antes do fatídico 7 a 1 para a Alemanha. Como capitão, era esperado que Neymar continuasse no grupo que seguiu, em março, para enfrentar o Paraguai, em Assunção, nas eliminatórias para o Mundial de 2018, na Rússia. Ele sequer foi para a concentração em Porto Alegre e se desligou da seleção após o jogo com o Uruguai, em Recife, onde recebeu o segundo amarelo.
Pesa contra Neymar o fato de ele também ter deixado a Copa América, em 2015, no Chile, antes do fim, após ser suspenso mais uma vez. Na ocasião, disse que a competição tinha acabado para ele. (Agência Globo)