Para se graduar, teste é obrigatório
A partir de agosto, será aplicado o teste de monitoramento progressivo dos cursos de Medicina. A norma que foi anunciada no dia 1º de abril pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem como objetivo avaliar os conhecimentos, capacidade e as ações necessárias para prática médica dos acadêmicos durante o curso. A prova será aplicada pelo […]
A partir de agosto, será aplicado o teste de monitoramento progressivo dos cursos de Medicina. A norma que foi anunciada no dia 1º de abril pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem como objetivo avaliar os conhecimentos, capacidade e as ações necessárias para prática médica dos acadêmicos durante o curso. A prova será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) somente para alunos ingressados em 2015 do segundo, quarto e sexto ano.
As avaliações do segundo e quarto ano serão de vigência formativa. No último ano, a prova seguirá o modelo do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), assim, para se formarem, os graduandos devem atingir a nota mínima. O valor da nota é feito por um conjunto de especialistas.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO), Aldair Novato Silva, há a necessidade de fazer a avaliação, porém, o conselho não concorda com a reprovação do aluno que não atingir a nota exigida. “Não é aceitável o estudante não poder fazer residência ao concluir o curso. A situação é diferente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) lá o advogado que não passar pode atuar em outras áreas, médico não”, explica.
O presidente conta que para o conselho, seria melhor a avaliação da faculdade. A escola que formar o estudante desqualificado deverá passar sob penalidade.
Sobre a questão da diminuição de erros médicos, Aldair comenta que vai de cada profissional. “O erro depende muito do médico, o teste não quer dizer que vai produzir só bons alunos, existem bons e maus, mas o objetivo e que a massa tenha um maior número de estudantes qualificados”, diz.
Bons profissionais
A estudante de Medicina, Luísa Rezende, 21, diz que já existe uma avaliação que mede o progresso dos alunos, porém, ela aprova a nova condição. Diferente de alguns alunos, ela diz que além do curso ser pesado, a norma é válida. “Nós alunos temos a sensação de não aprender nada, entretanto, uma prova de avaliação é interessante”, explica a estudante.
Devido ao fato de muitos estudantes se formarem e ser desconhecida a qualidade do ensino que eles tiveram, para Luísa quem irá ser beneficiada é a sociedade.
Jéssica Leão, 25, está no 6º e junto com seus colegas é a favor do exame, devido ao aumento descontrolado de faculdades, o que para a estudante põe em dúvida a qualidade do ensino. Para ela, essa é uma forma de filtrar bons profissionais. “É algo que só terá sua verdadeira face lá no futuro. A situação é uma consequência do mal que foi feito, abrindo tantas faculdades de um curso. Isso não poderia ser permitido”, pondera.