Já são 58,7 milhões de brasileiros negativados
No Brasil, entre fevereiro e março, 700 mil pessoas ficaram em débito. De acordo com dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de devedores chegou a 58,7 milhões em todo o País, 39,64% da população entre 18 e 95 anos. O Centro-Oeste […]
No Brasil, entre fevereiro e março, 700 mil pessoas ficaram em débito. De acordo com dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de devedores chegou a 58,7 milhões em todo o País, 39,64% da população entre 18 e 95 anos.
O Centro-Oeste mostra a menor contagem de endividados, 4,8 milhões, com um percentual relativamente alto se comparado ao número da população adulta: 42,85%.
As contas de água e luz são uns dos motivos das dívidas. Das quatro regiões, três registram crescimento: 19,49% no Nordeste, 15,45% na região norte e no sul do país a alta é de 7,97%. Esse índice é em comparação ao mesmo período de 2015.
Segundo CDLN, a inadimplência deve crescer nos próximos meses devido ao aumento do desemprego e a má fase econômica que o Brasil enfrenta. A inflação elevada tem sido um impasse nos planos do brasileiro.
Solução
Segundo o economista, Flávio Guerra a falta de planejamento financeiro é o principal motivo do aumento do número de inadimplentes. “A pessoa verifica a parcela do produto, verifica que cabe no bolso, e efetua a compra. Depois, compra de novo. Só que ele não pensou na última, assim, endivida-se”, explica. O economista conta que renda brasileira e desemprego também são um dos motivos.
Para solucionar o problema, Flávio sugere que o consumidor faça um planejamento financeiro, não faça dividas e quite as que existem. Comprar somente o necessário é outra alternativa. “A pessoa que usa cartão de crédito não sabe que ao mês os juros são de 14%. Totalizando 380% ao ano, assim o mesmo entra em uma bola de neve de dividas”, conta.
Alívio
O consultor comercial, Euryk Wendrel, 26, conta que comprou um carro com parcelas de R$610. Na oitava prestação teve um aperto financeiro e deixou atrasar. Seu nome foi para o SPC. Para quitá-la, o consultor até tentou tirar alguns cheques, porém, sem sucesso. “Fique assim por um bom tempo, reorganizei-me e consegui pagar tudo. Foi um alívio”. Agora, o planejamento financeiro é prioridade na compra.
Aumento
Desde o início do 2015 cerca 4,2 milhões de consumidores entraram para a lista de inadimplentes. A região Nordeste é a que têm o maior índice, 15,7 milhões, 40% da população adulta, um pouco a mais do que o percentual da região Sul com 36,21% de adultos, 8 milhões de pessoas. (Elder Dorneles)