A safra de cana de açúcar 2015/16 mal começou na região Centro-Sul e os preços dos combustíveis já registram leve queda em Goiânia. Em um setor em que cada centavo conta no final do abastecimento, pesquisar pode fazer toda a diferença na hora de encher o tanque do automóvel. De acordo com o último levantamento da Agencia Nacional do Petróleo (ANP), os preços dos combustíveis em Goiânia já começaram a registrar queda na última quarta-feira (6). Para o consumidor goianiense, a diferença só foi sentida a partir de sábado (9).

Em um posto na Vila São Judas Tadeu, em Goiânia, os preços da gasolina saíram de R$ 3,94 para R$ 3,89. O etanol saiu de R$ 2,89 para 2,84. Em uma rede de postos na cidade, o cenário foi um pouco diferente. A gasolina ficou praticamente estável. Já o álcool foi R$ 2,84 para R$ 2,79. A jornalista Amanda Damasceno percebeu a mudança. Para ela, mesmo a queda sendo ligeira, foi perceptível. “Quaisquer centavos fazem diferença quando se trata de preço da gasolina”, afirma. 

Apesar de ser bem-vinda, a variação desperta a desconfiança de alguns consumidores. Heverson Barbosa enxerga o valor a menos com certa suspeita. O estudante conta que os aumentos do preço da gasolina estão ocorrendo em um período de tempo cada vez menor e afirma que muitas vezes a queda é uma tática de venda dos postos de gasolina. “O aumento do preço da gasolina é periódico, raramente ele sofre queda, mas pode ocorrer aumentos ainda maiores em semanas”, diz.

Preço

No entanto, o Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar e Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar) explica que a queda para este período já estava prevista, pois sucede o início da safra de cana-de-açúcar, resultando em uma oferta maior do produto no mercado. Como a gasolina é composta em cerca de 27% de etanol, como determina o Ministério de Minas e Energia, o preço do combustível também sofre queda. 

Mesmo assim, a entidade ressalta que a baixa poderia ser mais representativa. De acordo dados do Cepea, órgão que monitora os preços pagos ao produtor, a queda para os produtores de cana foi de mais de 15 centavos por litro, proporção que deveria ser visível também na cidade. 

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), José Batista Neto, admite que a queda nos preços dos combustíveis pode ser influenciada pelo preço do etanol, mas lembra que o mercado de combustível é uma ‘gangorra’. 

De acordo com ele, os valores dependem de fatores como concorrência entre os postos de gasolina e da demanda de produto e de consumo. “Como é um mercado livre, qualquer fator faz com que os valores oscilem”,  afirma. (JÉSSICA CHIARELI /  RHUDY CRYSTHIAN)