SES distribui 360 mil doses, mas falta vacina
Mesmo o MS ter enviado 175 doses a mais, a quantidade não foi suficiente para assegurar a imunização
Elder dorneles
Hoje faz uma semana que se iniciou a campanha de vacinação contra a Influenza, que teve início na última terça-feira, 12. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que até o momento foram disponibilizadas 369.600 mil doses para todo o Estado de Goiás. Desde o início do ano, 42 casos de H1N1 foram computados, registrando nove óbitos. Em Goiânia, 52% da população de risco já foi vacinada. A campanha termina dia 20 de maio e tem como objetivo atingir 80% dos grupos de risco, que totalizam 266 mil pessoas.
Em relação à falta de vacinas, a técnica em enfermagem da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Junia Alves Martins, conta que o Ministério da Saúde (MS) enviou 175 mil doses para a capital. Porém, até as 12h de ontem, só tinha 2.650 porções do medicamento. Depois do período, todos os postos de saúde de Goiânia ficaram em falta. A previsão para a reposição das doses é para o dia 30 deste mês, o dia “D”.
A enfermeira do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Setor Chácara do Governador, Lélia Faleiro, relata que a demanda foi pouca em relação a procura. “Com a falta, orientamos os pacientes, principalmente, idosos e gestantes, a tomar os cuidados básicos, como lavar a mão, evitar locais de grande aglomeração, usar álcool gel”, ensina.
Apesar das mais de360 mil doses não forem suficientes, a SES alega não haver falta, pois as vacinas chegam parcialmente. A SES enfatiza que devido ao surto de H1N1 no estado, a ação foi antecipada. Ela adianta que ainda nessa semana, 167 municípios de Goiás vão receber a demanda para atender a população.
Junia Alves conta que quando tinha vacina, o atendimento fluiu sem problemas. “Aumentamos o número de funcionários nos atendimentos para não ter tumulto, por exemplo, no Cais Pedro Ludovico. Como a procura foi muito grande no início do projeto, o atendimento foi tranquilo”, relata.
Falta de respeito
A autônoma, Monnarah Silva Barre, 25, discorda da posição da SMS. Revoltada com a situação ela acredita que a situação é uma falta de respeito. “Tem muita gente para tomar a vacina, as quantidades de dosagens nos postos é pouca”, indigna-se. Junto com seus sobrinhos, de três anos cada, ela se sente insegura em relação a eles não se vacinarem. A maior preocupação dela é o prazo que os meninos vão esperar para se medicar e o tempo da ação do medicamento. “Esse período aumenta a vulnerabilidade das crianças”, lamenta.
Alessandra Gomes, 31, sustenta a mesma opinião da colega. A operadora de caixa interpreta a situação como uma falta de respeito, não só com ela, mas com toda a população. “Hoje pela manhã na televisão, você vê que tem vacina, chega à tarde e recebe a notícia que não tem mais!” menciona.
Ela sente medo, pois a filha, 3, integra o grupo de risco e explica que tem que evitar hospitais e lugares públicos. Na hora da higienização, Alessandra diz que o álcool gel é seu fiel companheiro. Locais abertos foi uma medida adota por ela para evitar a contaminação.