Cerca de 1,2 bi de pessoas vivem sem eletricidade
Desigualdades no acesso à infraestrutura foi tema de fórum global que reuniu líderes de diversos bancos multilaterais de desenvolvimento
Ao menos 663 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e adequada para uso humano e, em 2025, haverá 1,8 bilhão de indivíduos vivendo em áreas com absoluta escassez de água. Cerca de 1,2 bilhão de pessoas ainda vivem sem eletricidade e 60% da população mundial não tem acesso à internet. Pelo menos um terço dos moradores do meio rural só tem acesso a estradas que não são totalmente seguras em determinadas situações climáticas.
Essas e outras defasagens em infraestrutura levaram os líderes dos bancos multilaterais de desenvolvimento (BDMs) a se reunirem pela primeira vez no Fórum Global de Infraestrutura, em Washington, durante o final de semana (16).
O encontro, promovido pelo Banco Mundial e os organismos participantes, buscou soluções para aprimorar o alinhamento e a coordenação entre os parceiros para a promoção do desenvolvimento da infraestrutura sustentável, acessível e resistente nos países em desenvolvimento. As negociações foram pensadas para contemplar a diversidade de abordagens, políticas e procedimentos que variam conforme as instituições envolvidas.
Presente na abertura do evento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que a disponibilização de mais recursos é necessária para garantir o acesso de todos à eletricidade, água e saneamento. “O Fórum também deve trabalhar para garantir que todos os investimentos de infraestrutura sejam sustentáveis econômica, social e ambientalmente”, disse.
Organizado em estreita colaboração com as Nações Unidas, o encontro entre chefes de diferentes organismos é um dos legados da Agenda de Ação de Adis Abeba sobre financiamento para o desenvolvimento. A iniciativa ressalta que combater as desigualdades no acesso à infraestrutura é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Para tanto, o Banco Mundial considera que é preciso não apenas alavancar o envolvimento da iniciativa privada, mas também melhorar a governança e a eficiência, a fim de obter mais benefícios dos gastos já existentes em infraestrutura.
Os BMDs têm um forte histórico de colaboração no financiamento direto de projetos e na mobilização de capital privado, além de atuar para melhorar as capacidades e o conhecimento relacionados a infraestrutura.