Envio de vacina depende de aviso de municípios
Parte dos municípios goianos não informou doses de proteção contra gripe aplicadas
Deivid Souza
A falta de repasse da informação de doses aplicadas por parte dos municípios goianos prejudica o envio de novos repasses da vacina contra a gripe. Até ontem, dos 79 municípios goianos que iniciaram a campanha antecipadamente, 33 ainda não haviam informado ao Ministério da Saúde (MS) a quantidade de pessoas imunizadas. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), esse é um dos requisitos para que a pasta envie novas remessas da vacina.
Dados preliminares da SES, divulgados ontem, apontam que 190.342 pessoas foram munizadas, o que corresponde a 15,61% do total, apesar de terem sido distribuídas 600 mil doses em todo o Estado, incluindo as enviadas para os 167 municípios que iniciaram a campanha na última segunda-feira (18). Apesar do atraso na atualização dos dados, o MS adiantou que enviará uma cota de 25% até o dia 30, o que corresponde a aproximadamente 400 mil doses da vacina. Os últimos lotes chegarão até o dia 15 de maio.
A gerente de Imunização da Superintendência de Vigilância em Saúde da SES, Clécia Di Lourdes Vecci Menezes, afirma que o MS informou que enviará 100% das vacinas previstas para o Estado (1,6 milhão). “É importante dizer para a população se acalmar, porque mesmo que esteja faltando vacina em alguns locais, está garantido 100% da nossa cota para o público-alvo. Porém, não pode haver desvio, porque se isso acontecer pode faltar vacina para as pessoas que estão nos grupos prioritários”, alerta.
Até ontem, haviam sido confirmados 69 casos da gripe H1N1 e dez mortes por complicações da infecção, uma a mais que o boletim divulgado no dia 12 de abril. Das primeiras nove mortes, sete (78%) eram de pessoas que estavam no grupo de risco e que não haviam sido vacinadas, mesmo no ano passado Goiás tendo superado a meta de 80% de imunização e atingido 108% do público alvo.
No entanto, a procura pela vacina em 2015 foi pequena. Até o mês de junho o MS havia vacinado 63% dos grupos prioritários. Em Goiás, a campanha teve que ser estendida para alcançar os resultados. “Como foi um ano de poucos casos, não teve óbitos, a procura pela vacina foi muito pouca, principalmente desse grupo prioritário. Nós tivemos que ir atrás para vacinar”, enfatiza.
Desde o início do ano até o dia 12 de abril, além dos casos já confirmados, outras 54 notificações de H1N1 estavam sob investigação. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aguarda a nova remessa de vacinas para retomar o trabalho na Capital. Na segunda-feira a pasta tinha menos de 3 mil doses, porém, 52% da população de risco já havia sido imunizada.
Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde informa que de janeiro até o dia 9 de abril foram registrados 1.012 casos de síndrome respiratória aguda grave provocada pela influenza A (H1N1), conhecida como gripe A. O número de mortes mais que dobrou em duas semanas, passando de 71, até 26 de março, para 153.