Karla Araujo

Piscina vazia em um imóvel da Prefeitura  abandonado com muro caído e cachimbos de crack escondidos no canteiro de plantas descuidadas. Esse é o cenário do espaço anexo ao Centro de Assistência Social do Parque Atheneu, em Goiânia. Atividades com idosos e crianças são ministradas por equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) no prédio, mas os frequentadores do espaço ao lado são usuários de drogas. 

Aulas de natação e hidroginástica foram ministradas no local há 15 anos por profissionais de uma academia próxima. Diorgenes André Dourado Magalhães é um dos proprietários do estabelecimento e afirma que as atividades eram particulares, mas o espaço foi cedido pela Prefeitura de Goiânia, na época, por convênio. “Quando não tinha aula, o espaço era comunitário”, explica Diorgenes. 

Há três anos a academia construiu a própria piscina e, segundo o proprietário, o espaço público está abandonado desde então. “Realizamos todo o procedimento necessário para devolver o imóvel à comunidade. A única coisa que retiramos de lá foi a água da piscina”, diz o proprietário. Além disso, Diorgenes afirma que a academia investiu R$ 100 mil no local. 

Dengue

Além da preocupação com a segurança, os moradores também temem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Telma Aparecida, 42, é moradora do setor e afirma que conhece várias pessoas que já tiveram dengue e zika na região. “Está abandonado há muito tempo e a prefeitura não vem nem para limpar. Qualquer chuvinha que der, a piscina vira criadouro do mosquito da dengue”, diz Telma. 

A moradora também se queixa do descuido do poder público com espaço destinado ao lazer da população. “Eu fazia aula de natação lá, era muito bom. Desde que o pessoal da academia saiu, nunca mais teve atividade alguma”. O aposentado Antônio Carlos Ribeiro, 71, também lamenta que o local esteja abandonado. “O problema se arrasta há anos. Minhas filhas eram crianças quando a obra ficou pronta, hoje elas são casadas. Funciona um tempo, muda a secretaria responsável e volta a ter problema”, afirma.  

Goiânia já tem mais de 43 mil notificações de dengue

A preocupação dos moradores do Parque Atheneu com a proliferação do mosquito da dengue é a mesma de outras regiões de Goiânia. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontam que mais de 43 mil casos de dengue já foram notificados na capital. Duas pessoas já morreram devido a complicações causadas pela doença. Em todo o ano de 2015 foram mais de 79 mil notificações. 

Desde a segunda quinzena do mês de março desse ano, os números de cada semana estão menores em relação ao mesmo período de o2015. 

O Parque Atheneu não aparece entre os bairros com maior incidência de casos de dengue, mas segundo o diretor de Vigilância em Zoonoses da SMS, Gildo Felipe de Paula, a quantidade está acima do esperado. Bairros Jardim América, Novo Mundo e Setor Bueno são os campeões em notificações da doença. 

Segundo a SMS, o Parque Atheneu foi visitado duas vezes nesse ano por agentes de endemia. A taxa de imóveis fechados é de 20%. 

Já a Semas garante que a obra de revitalização do espaço abandonado está programada para começar em julho. Até lá, a pasta solicitará que a Guarda Civil Metropolitana (GCM)  intensifique a segurança no lugar. Segundo o subcomandante da GCM, Vladimir Passos, uma equipe será enviada  hoje  para avaliar a situação no centro social e traçar quais medidas serão tomadas.