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domingo, 24 de novembro de 2024
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direitos trabalhistas

Sindicalistas criticam propostas em programa do PMDB

Michel Temer recebeu líderes de quatro centrais sindicais no Palácio do Jaburu

Postado em 26 de abril de 2016 por Redação
Sindicalistas criticam propostas em programa do PMDB
Michel Temer recebeu líderes de quatro centrais sindicais no Palácio do Jaburu

O vice-presidente da República, Michel Temer, recebeu nesta
terça-feira (26) no Palácio do Jaburu, líderes de quatro centrais sindicais que
pedem a manutenção e a ampliação de direitos trabalhistas, além da retomada do
crescimento e do emprego, no caso de um eventual afastamento da presidenta
Dilma Rousseff em decorrência do processo de impeachment, em discussão no
Senado.

Segundo relatos dos líderes que participaram do encontro, o
vice-presidente tranquilizou os sindicalistas: “Ele nos garantiu que, caso
o impeachment seja aprovado, vai haver diálogo antes de qualquer proposta ser
encaminhada ao Congresso”, disse Ricardo Patah, presidente da União Geral
dos Trabalhadores (UGT).

Os sindicalistas relataram que estão preocupados em perder
influência política em um eventual governo Temer, dada a proximidade do vice
com o setor empresarial. No domingo, Temer se reuniu por seis horas com o
presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf.

“Têm vindo aqui políticos, têm vindo aqui empresários, têm
vindo aqui banqueiros, têm vindo todo mundo, e como ficam os trabalhadores?
Viemos aqui colocar as nossas castanhas”, disse o presidente da Central dos
Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Fernandes Neto, após sair da reunião com
Temer.

“Todo mundo tem que contribuir, não podem vir aqui alguns
setores, como nós temos visto, e querer tirar o corpo fora”, disse o presidente
da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP), sem detalhar a quem se
referia. O deputado é um dos defensores do impeachment da presidenta Dilma
Rousseff.

Durante o encontro com o vice, os líderes sindicais
criticaram pontos do documento Ponte para o Futuro, programa de governo
formulado pelo PMDB no ano passado para a recuperação da economia e que deixou
em alerta o mundo sindicalista. Entre os pontos está a possibilidade da
negociação entre empregados e patrões se sobrepor à legislação trabalhista, a
fixação de idade mínima para aposentadoria e a desvinculação de benefícios
sociais atrelados ao salário mínimo.

Segundo Fernandes Neto, Temer disse que talvez haja a
necessidade de montar uma mesa de diálogo com empresários e trabalhadores sobre
determinados pontos, sem revelar quais.

Em relação a uma reforma da previdência ou a qualquer
interferência na política de valorização do salário mínimo, o vice não transpareceu
se pretende levar as medidas adiante, se reservando apenas a ouvir a oposição
dos sindicatos a elas, relataram os líderes sindicais.

Propostas

Segundo os sindicalistas, as medidas apresentadas por eles
podem gerar até R$ 111 bilhões para o caixa do governo. Elas incluem: aumento
nas taxações de grandes fortunas, de bens de luxo como aviões e iates e da
remessa de lucros ao exterior, além do combate à evasão de divisas, entre
outras. De acordo com os presentes no encontro, a sugestão que mais agradou o
vice foi a renovação da frota de veículos no Brasil, para aquecer a economia e
estimular a indústria.

De acordo com Paulinho da Força, os representantes das
centrais sindicais pediram ainda para acelerar a aprovação, no Congresso, da
medida provisória que regulamenta os acordos de leniência entre o governo e as
empresas investigadas na Operação Lava Jato, para que elas possam voltar a
operar normalmente e gerar emprego. Outro ponto colocado foi o uso das reservas
internacionais do país para investimentos e o pagamento da dívida pública.

Racha

Além de representantes da União Geral dos Trabalhadores
(UGT), da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e da Força Sindical, também
participou do encontro o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores,
José Calixto.

Já a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil
(CTB) divulgou nota ontem (25) na qual diz não reconhecer o governo de Michel
Temer, caso o vice assuma o poder. “A CTB não se reúne com golpista”, diz o
texto.

Quanto à Central Única dos Trabalhadores (CUT), desde a
aprovação na Câmara dos Deputados da admissibilidade do processo de impeachment
de Dilma, a CUT vem se mobilizando no sentido de inviabilizar um eventual
governo Temer. A central sindical é um dos principais grupos a se manifestarem
contra o afastamento da presidenta, ao lado de movimentos sociais como o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). (EBC) (Foto: ASCOM/VPR / Fotos Públicas)

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