Goiânia ganhou mais uma mãe na noite de quarta-feira. Chirlei Rosa Medrade, 36, deu à luz a quíntuplos no dia 27,no Hospital Da Criança. A data importante é fruto de inseminação artificial. Depois de 27 semanas de gestação, Fernando, Helena, Geovana, Lavínia e Heloísa são as alegrias da nova família. Os bebês passam bem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

O casal estava com dificuldades de engravidar e optou pela inseminação artificial. Foi na terceira tentativa que os óvulos vingaram. O ginecologista e obstetra, Waldemar Naves, que acompanhou toda a gestação, conta que o parto contou com a ajuda de  19 profissionais e durou um pouco mais que uma hora.

O casal está junto há cinco anos e mora na cidade de Edéia, a 120 quilômentros da capital goiana.  O pai, Fernando de Assis Rodrigues Silva, 32, é agrônomo. Ele diz que as crianças nasceram prematuramente. Pesam entre 500 a 900 gramas, número considerado extremamente baixo pela equipe neonatal do hospital.

Família

Em visita à mãe na tarde ontem, Fernando conta que não esperavam os quintúplos, mas estamos felizes com a novidade: “Quando fizemos o tratamento, o médico nos preparou para dois ou três filhos. E, fomos presenteados com cinco. Foi uma grata surpresa”. Chirlei saiu da UTI na tarde de ontem e foi  encaminhada para apartamento do Hospital Amparo. A família espera que hoje a mãe já descanse em casa. Após o nascimento, o bebê prematuro pode precisar passar dias, semanas ou até meses na UTI neonatal. 

É a primeira vez que o Hospital da Criança abriga quíntuplos, como conta a supervisora administrativa, Laís Monielle.  Sobre a remoção de Chirlei, Laís explica que a mãei foi encaminhada logo após o parto para o Hospital Amparo, para evitar o deslocamento dos bebês, que poderia ser prejudicial.“O Hospital da Criança não faz acompanhamento de pós-operatório imediato de cirurgia grande, pois só temos pediatra. Somos um hospital de alta complexidade infantil”.

Não é novidade que Goiânia registra nascimento de quíntuplos para contar história. Em 2010, nasceram no Hospital Materno Infantil (HMI). Mas, quatro dias depois um dos bebês sofreu parada cardiorrespiratória e não sobreviveu. Os pais eram de Rondônia e regressaram para assim que as crianças receberam alta.

Inseminação

A cada ciclo natural, a mulher libera um óvulo, que deve percorrer o caminho da trompa até encontrar um espermatozóide para ser fecundado. Durante a reprodução assistida, a mulher recebe medicações que estimulam o ovário para aumentar as chances de gravidez. Cada óvulo recebe um espermatozóide, e é verificada a fecundação no dia seguinte. A gravidez múltipla pode ocorrer devido a fatores hereditários, idade avançada ou tipo de inseminação. Com a utilização das técnicas de reprodução assistida esta incidência pode corresponder a 3,2% das gestações. A chance de se ter gêmeos com a inseminação artificial é maior.

O bebê prematuro

Uma gestação normal dura entre 37 e 42 semanas. O bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro, ou pré-termo. No Brasil, o nascimento de bebês prematuros corresponde a 9,2% dos nascidos vivos. Dentre os fatores que podem anteceder o nascimento do bebê estão: a idade da mãe, hipertensão arterial, diabetes, infecção urinária durante a gravidez, má formação do feto e parto cesariana. 

A criança que nasce antes da hora não está tão desenvolvida para lidar bem com os estímulos externos e precisa de cuidados extras do hospital e dos pais. Para Fernando, Helena, Geovana, Lavínia e Heloísa não há previsão de alta.