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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Cidades

Goiás terá longa estiagem e muito calor

Agropecuária e abastecimento público de água serão afetados

Postado em 2 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Goiás terá longa estiagem e muito calor
Agropecuária e abastecimento público de água serão afetados

Deivid Souza

O período de estiagem desembarcou mais cedo este ano em Goiás. Uma prova disso foram os mais de 20 dias sem chuva entre o fim de março e os últimos dias de último mês. Para meteorologia, abril é um mês em que houve uma ocorrência considerável de precipitação. No entanto, 2016 está sendo diferente e isso pode afetar a saúde pública, agropecuária e abastecimento público de água.

Tradicionalmente, as chuvas vão embora em maio e a estiagem prevalece até o outubro, mas este ano a seca terá um mês a mais. Apesar de o volume das chuvas ter sido regular, sobretudo na Capital, algumas regiões vão sofrer ainda mais. “A Região Norte, município de Posse, por exemplo, sofreu com o início da chuva atrasado. Geralmente, o período de chuva deles já é mais atrasado que para nós, e esse ano foi bem curto o período deles, foi menor que o nosso”, comenta a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás, Elizabete Ferreira.

O fenômeno El Niño deve entrar em “neutralidade” a partir de junho, mas mesmo assim são esperadas temperaturas elevadas, semelhantes aos recordes dos últimos anos. “As temperaturas que ocorrem nos últimos anos não ficam dentro da normalidade, mesmo quando não há El Niño. Estão 1,5º Celsius, 2º Celsius mais elevados”, acrescenta Ferreira.

A boa notícia é que o último período chuvoso foi generoso com vários meses superando a média esperada para Goiânia (Veja quadro nesta página). De acordo com Ferreira, exceto na Região Norte, as outras partes do Estado tiveram comportamento semelhante.

Recarga

Os reservatórios de abastecimento público, de acordo com a Saneago, tiveram uma boa recarga e a expectativa é que não aconteçam problemas de abastecimento. Apesar da situação, o superintendente de Comunicação da empresa, Luiz Novo, reconhece que o padrão de consumo costuma ser diferente na estiagem. “O consumo naturalmente se eleva por causa disso. As pessoas têm uma necessidade maior de hidratação e você tem uma elevação do consumo”, avalia. Ele informou ainda ao O HOJE que a empresa fez investimentos no sistema de distribuição, sobretudo na Região Metropolitana de Goiânia, onde algumas regiões sofreram com falta d’água nos dias mais secos. 

Previsão de seca na agropecuária  

Atualmente, a cultura que está mais sensível aos efeitos da seca antecipada é o milho com 1,23 milhão de hectares plantados em Goiás nesta segunda safra, conforme dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Os produtores que semearam em março esperando as chuvas de abril para o desenvolvimento das plantas tiveram prejuízos, mas o mesmo não deve ocorrer com quem plantou antes ou depois de abril. Como a soja- produto com maior volume de exportação em Goiás- será plantada no início das próximas chuvas, esse produtores não são muito afetados.

Apesar disso, o assistente técnico da Faeg, Cristiano Palavro, acredita que eventuais prejuízos agora podem, em alguns casos, atrapalhar investimentos futuros. “O investimento que ele faz na safrinha, o resultado é um recurso que ele vai usar para pagar a próxima safra. Comprar insumos, pagar dívidas. Se ele tem um resultado ruim, dificulta a próxima safra”, explica.

Gado

Um dos setores que mais devem ser afetados pelo período maior de estiagem deve ser a criação de gado, será um mês a mais para alimentar o gado. Para administrar a situação, os produtores podem complementar a alimentação animal ou até diminuir o período de engorda. Palavro afirma que possível elevação de custos não significa preço mais alto para o consumidor final, porque há questões de mercado e preço dos insumos. “Esse é um efeito bastante indireto, pois o preço ao consumidor final ainda tem algumas etapas até chegar nele. Tem outros fatores que vão influenciar”, frisa. 

 

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