De policial a matador de aluguel
O ator Marco Pigossi veio a Goiânia para um evento de moda e aproveitou para falar com a imprensa. Uma das novidades é Júlio, seu mais novo papel no cinema
Flávia Popov
Ele é paulistano, tem 27 anos, é bonito, charmoso e simpático. Mas o simples fato de ser galã não sustenta os postos ocupados por Marco Fábio Maldonado Pigossi – ou Marco Pigossi – nas telinhas. O rapaz é talentoso. Prova disso é seu recheado currículo: Um Só Coração, Eterna Magia, Queridos Amigos, Caras e Bocas, Ti TiTi, Fina Estampa, Gabriela, Sangue Bom, Boogie Oogie e A Regra do Jogo são novelas em que já atuou. Peças de teatro, filmes, indicações e prêmios também fazem parte da vida do ator que, nas horas vagas, também atua como modelo. E foi para abrilhantar a passarela do CMB Fashion – um dos maiores eventos de moda do Centro-Oeste – que ele veio a Goiânia recentemente. O moço arrancou suspiros da plateia e provou que, sim, pode desfilar – ao contrário do que disse em entrevista a O HOJE. Confira o bate-papo completo que aconteceu nos bastidores do desfile.
Você fez o papel de Dante Stewart, em A Regra do Jogo, que terminou recentemente. O que você faz no momento? Há novos projetos?
Neste momento, estou filmando em Palmas (Tocantins) – estou lá há um mês e ficarei mais um mês e meio – um filme chamado O Nome da Morte, que é baseado no livro homônimo do jornalista Klester Cavalcanti, e conta a história de um matador de aluguel, o Júlio – ele matou 492 pessoas aqui no Brasil. Então eu estou completamente imerso, mergulhado nesse personagem; é um processo longo, de três meses. Depois dessa filmagem, tenho mais um longa, neste ano, e novela só no ano que vem. O resto são férias.
E teatro? Você esteve em Goiânia, no ano passado, com a peça O Sucesso a Qualquer Preço. Qual é a sua opinião sobre os palcos? Existe algum projeto pela frente?
Por enquanto, não existe projeto para o teatro. Neste ano, não subirei aos palcos. Mas eu sou completamente apaixonado pelo teatro – para mim, ele é a base de qualquer ator. É onde tudo começa – a ‘brincadeira’ começa realmente no teatro. E eu não tenho preferência. Acho que tudo é uma troca: o teatro te ajuda na televisão, porque vai te levar bagagem e conhecimento emocional e técnico para você fazer uma boa novela, e a novela vai te dar visibilidade para você fazer uma peça, fazer o público sair de casa para te assistir. Então é uma troca que eu quero sempre manter na minha carreira: teatro e televisão. Agora, é a minha primeira inserção no cinema, que eu também estou descobrindo e me apaixonando!
Você é formado em Comunicação Social (Rádio e TV). Chegou a atuar na área?
Não, não! Quando fiz Comunicação Social, eu já tinha formação como ator (e já trabalhava como ator), mas fui buscar um pouco de conhecimento. Sempre falo que ser ator é conhecer um pouquinho de tudo, viver um pouquinho de tudo, então fui buscar na Comunicação a técnica e o conhecimento: entender o equipamento, o que a gente faz, o que é comunicar, o que significa comunicação e me aprofundar, mesmo, em conhecimento. Então não cheguei nem a atuar. Acho que tudo é válido para a carreira do ator – qualquer tipo de experiência.
Você sentiu consequências da crise econômica atual brasileira? De que forma?
No mercado artístico, quando falamos de crise financeira, o entretenimento é sempre prejudicado – é a primeira coisa de que as pessoas abrem mão. Mas é um ano interessante para o cinema; muitas coisas boas estão acontecendo. As novelas seguem com essa realidade da telenovela – essa coisa cultural nossa, que é maravilhosa, pois fazemos bons produtos. Então, na verdade, a crise acaba afetando a gente de outra maneira, que é mais para o público do que para a gente. É uma pena que a gente acaba tendo menos público!
Nas passarelas, é muito mais difícil! Na verdade, não tenho nem experiência como modelo, apesar de já ter feitos alguns desfiles. É muito mais como uma brincadeira: não há uma cobrança de que eu seja um modelo. A ideia é brincar, interagir com o público, trazer o pessoal para assistir. Eu não tenho uma relação com a passarela neste sentido, por isso para mim é uma diversão! Nunca havia trabalhado como modelo antes. Fiz alguns trabalhos de publicidade, mas mais como ator mesmo.
Que visão a grande mídia do eixo Rio-São Paulo tem da cultura de Goiânia, dos atores de Goiás?
Eu acho que é ótima! Vocês têm ótimos cantores, como os do sertanejo universitário, muitos vindos daqui, que é uma raiz. Goiânia é uma cidade grande, com muitos talentos, e está sempre presente na mídia.
E você gosta do sertanejo universitário?
Eu tenho ouvido muito, agora, por causa do meu personagem. A gente está tentando fazer um sotaque muito difícil – uma mistura de goiano com mineiro (risos)! E Palmas é uma cidade muito nova. Então o sotaque é uma mistura: várias pessoas saíram de diversas regiões para morar lá. Ouço muito esse estilo musical para fazer essa pesquisa, o que eles ouvem… Eu amo aquela música nova, que está ‘bombando’, que fala assim: ‘Alô, porteiro…’! Escuto muito uma música que tem muito a ver com o meu personagem, que é Cuida Bem Dela, de Henrique & Juliano – dupla do interior de Tocantins. Esse é o grande ‘barato’ de ser ator! Estou imerso nesse mundo! Praticamente já virei tocantinense!
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