Goianiense gasta R$ 520 para comer fora de casa
Abaixo da média do Centro-Oeste, despesa pesa no bolso do trabalhador que tem que desembolsar alto só com alimentação em restaurantes
Rhudy Crysthian
Em Goiânia, um trabalhador gasta em média R$ 23,68 diariamente na hora do almoço se comer em restaurantes, na modalidade por quilo. Esse tipo de alimentação é o preferido dos trabalhadores, revela uma pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert). Para alguém que trabalha 22 dias por mês, o custo final chega a R$ 520,96.
Os gastos do goianiense com alimentação fora de casa ficam abaixo da média de outras capitais como Brasília e Palmas, por exemplo. Na região Norte, esse valor é de R$ 28,49 e no Brasil, R$ 30,48, por dia. O preço médio é construído visualizando a média ponderada do valor das quatro opções de prato (PF, à la carte, quilo e executivo) somado a uma bebida, uma sobremesa e um café.
Os que optam pelo prato à la carte pagam mais que o dobro pela refeição, R$ 54,02 em Goiânia. Os gastos com prato executivo ficam em torno de R$ 39,60. A modalidade preferida do goianiense, a comida por quilo, sai por exatos R$ 23,06. O prato mais barato ainda é o famoso ‘peefão’, como brinca os consumidores mais descontraídos ao apelidarem o prato feito pelo garçom, o valor médio gasto com o PF é de R$ 20,74.
Preço
O proprietário de um restaurante no Setor Bueno, Igor Eduardo dos Santos, explica que a formação do preço do quilo da refeição no estabelecimento é composta por 80% pelo gasto com matéria prima. “Leva-se em consideração a inflação que tem oscilado em alguns produtos”, garante.
Para manter os preços estáveis o empresário afirma que costuma diminuir o lucro e tenta não repassar todos os custos para o consumidor. No local, aberto há seis anos, o preço do quilo do almoço sai por R$ 31,99 e o marmitex custa R$ 12. “Trabalhamos com uma margem de lucro muito reduzida para garantir uma refeição de qualidade e agradar o consumidor”, explica.
A pesquisa da Assert destaca a possibilidade dos estabelecimentos oferecerem uma alimentação saudável aos seus clientes, com produtos frescos e bem escolhidos. Nesse sentido, Igor comenta, que vai às compras todos os dias e busca lugares que lhe ofereçam produtos de qualidade. No estabelecimento só são servidos arroz e feijão tipo A.
Para a jornalista Daniela Cristina Ribeiro a qualidade do alimento foi o fator preponderante na hora de definir o local onde realizaria suas refeições diariamente. Ela trabalha em dois lugares e afirma que não daria tempo de ir em casa almoçar. E cozinhar para si mesmo está fora de cogitação, na avaliação dela. O que levou a opção de comer em restaurante como a mais prática e adequada ao seu estilo de vida.
Ela gasta em media R$ 12 por dia com almoço. E não reclama do preço. “Algumas vezes eu trago comida ou distraio a fome com lanches o que não deixa pesar demais em meu orçamento com alimentação”, comenta. No mês passado Daniela gastou R$ 220 comendo fora de casa.
Trabalhadores podem encontrar almoço a R$ 2
O Restaurante Cidadão da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) oferece à população de baixa renda, desde 2003, cardápio com preço da refeição a R$ 2, valor simbólico que beneficia principalmente aposentados, desempregados, trabalhadores do comércio, autônomos e vendedores ambulantes.
Em 2015, nos nove restaurantes em funcionamento em Goiânia e em mais cinco cidades do interior, foram servidas quase três milhões de refeições elaboradas com base no Programa de Alimentação do Trabalhador, do Ministério do Trabalho e Emprego. A primeira unidade do Restaurante Cidadão, inaugurada em 2003, fica na Avenida Goiás, no Centro de Goiânia.
Para a presidente de honra da OVG, Valéria Perillo, o Restaurante Cidadão cumpre o papel de oferecer aos usuários uma alimentação balanceada e de qualidade. “A equipe se empenha para servir todos os dias refeições bem preparadas e diversificadas. É um direito das pessoas que buscam nossas unidades e é a missão da OVG promover a cidadania”, disse.
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