Goiás vive momento olímpico
Corumbá de Goiás
é a primeira cidade goiana a receber a tocha, que percorrerá 15 municípios do Estado até o próximo dia 7
Edivaldo Barbosa, com agências
Depois de começar o revezamento por Brasília, onde teve protesto contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a tocha olímpica já está em território goiano. Corumbá de Goiás, distante 112 quilômetros de Goiânia, com cerca de 12 mil habitantes (incluindo a zona rural), é a primeira cidade de Goiás a receber o símbolo olímpico, que percorrerá 328 cidades pelo país. Às 10h30 de hoje está prevista uma foto com a tocha em frente ao Salto do Corumbá e, em seguida, segue em comboio até a entrada da cidade para o início do revezamento.
Após chegar em Brasília e percorrer alguns pontos da capital federal, Goiás é o primeiro estado a receber a tocha olímpica. Durante quatro dias, o símbolo dos Jogos Olímpicos Rio 2016 percorrerá 15 cidades goianas. Além de Corumbá de Goiás, passará hoje por Pirenópolis e Anápolis. Amanhã será a vez de Itaberaí, Cidade de Goiás, Inhumas e Goiânia. Depois, na sexta-feira, Trindade, Aparecida de Goiânia, Piracanjuba, Morrinhos e Caldas Novas.
No sábado, último dia da presença da tocha olímpica em território goiano, será a vez de Pires do Rio, Ipameri e Goiandira. Na sequência, o revezamento do símbolo passará por Minas Gerais.
Em Corumbá de Goiás, 11 condutores, todos moradores da região, foram escolhidos para carregar a tocha. O revezamento está previsto para começar às 11 horas, na avenida principal, em frente ao Posto BR-414. “A gente começou a preparar a cidade em outubro para receber a tocha”, conta Carlos Eduardo Jacinto, diretor de cultura de Corumbá de Goiás e responsável pela organização do revezamento na cidade.
Aos 40 anos, Augusto José Araújo, funcionário público que trabalha no setor de agrodefesa, foi um dos 11 escolhidos para carregar a tocha em Corumbá de Goiás. Para ele, fazer parte do evento desta forma é uma honra. “Fiquei surpreso quando soube que tinha sido escolhido”, confessou Augusto. “Quando me inscrevi, fiz com a intenção de homenagear meu avô, Samuel Costa Araújo, que fez muito pela cidade na área de educação na década de 1970. Sei que esse é um evento internacional, que será visto por todo o mundo, e acho que só na hora é que a ficha vai cair. Já estou sentindo um frio na barriga. As pessoas têm me ligado muito perguntando o horário e tudo o mais, e acho que na hora a adrenalina deve ir a mil”, disse.
Manifestação
Um grupo de manifestantes protestou contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff durante o revezamento da tocha olímpica, ontem. Os manifestantes ergueram, em frente ao Palácio do Planalto, faixas com a frase “Não ao golpe”, escrita em diversas línguas – árabe, russo, alemão, espanhol e inglês. Alguns seguiram os atletas e demais condutores da tocha no percurso por vários pontos da capital federal.
A lanterna contendo a chama que alimenta a primeira tocha olímpica Rio 2016 foi conduzida pelo presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, Carlos Arthur Nuzman, às 9h50, até o alto da rampa externa do Palácio do Planalto para acendimento da pira. Em seguida, a presidente Dilma Rousseff acendeu a tocha olímpica e a entregou para a bicampeã olímpica e capitã da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino, que desceu a rampa com a tocha acesa e deu início ao revezamento.
Rapel
O Brasil e o mundo puderam ver pela televisão quando o subtenente Haudson, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, desceu de rapel de um helicóptero com a tocha olímpica nas mãos e entregou para o ex-zagueiro da seleção brasileira Lúcio. Entretanto, apenas um grupo restrito pode ver toda a ação ao vivo, do interior do Estádio Mané Garrincha.
Alunos do Colégio Militar Dom Pedro II e seus responsáveis ocuparam uma pequena parte das cadeiras e vibraram muito quando o helicóptero se aproximou do gramado e quando Lúcio deu uma volta pelo campo com a tocha olímpica. O momento, aguardado com expectativa, passou rápido e logo a chama seguiu seu percurso pela cidade.
Percurso olímpico terá 350 pontos de interdição na capital
A chegada da tocha olímpica em Goiânia, a primeira capital brasileira a receber o símbolo, será, sem dúvida, um “grande evento festivo”, mas o atendimento às regras do Comitê Olímpico Internacional (COI), vai fazer com que entre 16h e 20h de amanhã a capital tenha 350 pontos de interdição.
O percurso da tocha olímpica envolve os bairros da Região Central de Goiânia e vai passar pelos setores Central, Oeste, Bueno, Marista e Bela Vista (veja no quadro as ruas afetadas). O fogo olímpico sairá da Câmara Municipal e encerrará o trajeto na Praça Cívica, após as 20h, onde haverá um show da Banda Jota Quest.
O sistema público de transporte será influenciado pelos bloqueios. A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) esclarece que apenas o Eixo Anhanguera não terá mudanças no atendimento à população. Aliás, a via é recomendada pela Prefeitura de Goiânia para circulação de veículos por não ter interrupções relativas ao percurso da tocha. Os ônibus convencionais terão circulação normal, mas devido aos bloqueios já estão previstos atrasos. A previsão da CMTC é que o serviço volte à normalidade depois das 21h.
Envolvimento
A Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) informou que placas de sinalização horizontal e faixas estão sendo implantadas em alguns locais. A secretaria contará com o apoio de servidores da prefeitura, como a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com mais de 400 pessoas trabalhando na organização.
A tocha olímpica será conduzida por 97 diferentes condutores ao longo de 20 quilômetros. O prefeito Paulo Garcia afirmou que o percurso recebeu um “embelezamento” e esta será uma festa bonita, porém reforçou que haverá transtornos em função dos bloqueios porque “não há outra forma de se fazer isso”. “A cidade está muito bonita, acho que nós todos vamos nos esforçar para oferecer imagens desta festa para todo mundo”, ressaltou no discurso de divulgação do evento ontem. (Deivid Souza)