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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Cidades

Solidariedade feminina gera rede de doação

A corrente ‘Pegue um, se for preciso. Deixe um, se estiver sobrando’ ganha cada vez mais banheiros femininos em todo o Brasil

Postado em 4 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Solidariedade feminina gera rede de doação
A corrente ‘Pegue um

Jéssica Chiareli

Que mulher nunca foi surpreendida pelo início do período menstrual em um dia não previsto? O grande problema é que nem sempre o absorvente reserva está na bolsa e não há nenhuma amiga por perto para socorrer, aí o desespero é certo. A boa notícia é que uma iniciativa solidária pode mudar essa situação.  A corrente ‘Pegue um, se for preciso. Deixe um, se estiver sobrando’, ganhou banheiros femininos em todo o Brasil e, claro, o coração das mulheres.

A ideia surgiu entre as estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que disponibilizaram uma caixinha de doação de absorventes nos banheiros do campus da instituição. O sucesso foi instantâneo e acabou ganhando também as redes sociais. Não é difícil imaginar que a idéia se espalhou rápido por outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e até Goiás.

Mariana Felipe de Oliveira, 22, já foi surpreendida pelo início do período na faculdade, durante as aulas, e afirma que a iniciativa teria ajudado à época. “Eu já passei por momentos assim na faculdade, porque não tinha farmácia lá. Então, a iniciativa é uma ótima forma de ajudarmos umas às outras”, diz. 

Mariana conta também que assim que soube da corrente a propôs às colegas integrantes da Coletiva de Jornalistas Feministas da Universidade Federal de Goiás (UFG), que não hesitaram em aderir. Caixinhas de doação de absorventes já foram implementadas nos banheiros da Faculdade de Informação e Comunicação da instituição. “É uma ideia simples, prática, mas muito eficiente”, diz. 

Verônica Mendes concorda, a membra da coletiva e estudante de Jornalismo acredita que a corrente de doações significa uma maior união entre as mulheres e demonstra preocupação das meninas umas com as outras. De acordo com ela, a criação de um ponto de solidariedade foi sugerida por outras pessoas, além de Mariana, e foi  bem recebida entre as colegas. “As alunas falam no corredor, elogiam a iniciativa e muitas comentam que deveríamos ter pensado nisso antes. É uma coisa muito simples, mas que ajuda muito na hora do aperto”, afirma.

Assim como os absorventes, medicamentos contra cólicas menstruais também são doados. Dessa maneira, a forcinha é praticamente completa na hora da emergência. A demanda demonstra que as doações são realmente importantes. O número dos produtos depositados na caixa diminuiu significativamente ao longo de poucos dias, desde que a ideia ganhou forma na instituição, mas as alunas continuam doando e, até o momento, os absorventes solidários não têm faltado.  

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