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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Cidades

Crise derruba vendas de veículos novos em Goiás

No mês de abril a queda foi de 9,3% no País e 31,58% em Goiás

Postado em 6 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Crise derruba vendas de veículos novos em Goiás
No mês de abril a queda foi de 9

RHUDY CRYSTHIAN

Se as projeções se confirmarem as vendas de veículos novos de passeio devem cair pelo quarto ano consecutivo e amargar uma baixa em torno de 5% do acumulado no Brasil. Devido à crise financeira que o setor enfrenta uma entidade que representa a categoria teve que revisar as projeções que até o ano passado eram de queda de 4%. Só no mês de abril a queda foi de 9,3% no País, em Goiás o cenário é ainda mais preocupante, -10,85%,sobre março desse ano e 31,58% sobre abril de 2015.

O setor regrediu a patamares de emplacamentos de oito anos atrás, mas com uma estrutura muito mais inchada, afirmou nessa semana dirigentes da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A entidade acredita que uma possível troca de governo possa melhorar esse cenário.

Os números pessimistas demonstram que a crise se estacionou no segmento de automóveis e não mostram sinais de recuperação em curto prazo. O que levou ao fechamento de mais de mil concessionárias no Brasil desde o início do ano e a extinção de 48 mil postos de trabalho.

O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Automotores de Goiás (Sincodive) não divulga dados de empresas fechadas e postos de trabalho extintos, mas só nesse ano, três montadoras com filiais no Estado alegaram problemas financeiros e promoveram demissões, reduções de jornadas ou paradas forçadas até que os estoques fosse diminuídos.

Mesmo pressionadas pela perda de escala nas vendas, alta do dólar, inflação e elevação dos tributos nos últimos dois anos, as montadoras aumentam os preços de seus carros. Os reajustes compensam em parte o prejuízo, pois modelos de sucesso ajudam a cobrir o buraco deixado pelos veículos parados nos pátios.

Para o gerente de uma concessionária em Goiânia, Anderson Menezes Silva, a queda no movimento na loja foi de 12% desde início do ano. Em nível regional o gerente calcula que o tombo foi de 21% no período. O motivo é um só: crise. “O perfil do consumidor mudou muito. Dessa forma, as empresas também precisam mudar para driblar a queda nas vendas”.

Silvase refere ao fato de que a classe A não alterou seu nível de consumo, a classe B diminui um pouco e a classe C parou totalmente de trocar de carro. “Além da queda nas vendas podemos observar que o consumidor já chega na loja munido de informações que o vendedor deve estar por dentro para não perder o negócio”, diz.

Motos

O varejo de motos em abril somou 93,5 mil unidades emplacadas, registrando queda de 9,5% em relação a março, mês com mais dias úteis. A média diária de emplacamentos continua abaixo de cinco mil unidades. No acumulado do ano foram licenciadas 379,6 mil unidades, em todo País. Em Goiás, a quantidade de motos no último ano até hoje se manteve praticamente estável. Com uma leve alteração de 0,44%. Já na comparação com os últimos dois anos o aumento foi maior 4,24%, segundo dados do Detran-GO. 

Bancos negam 70% dos pedidos de crédito

A falta de confiança na economia aliada ao alto risco de desemprego trouxe outro problema para o setor. O ambiente de inflação e juros elevados deixou a liberação de crédito mais rigorosa. Empresários reclamam que a cada dez pedidos de financiamento de carro sete são negados.  

Há alguns anos, entretanto, o índice de aprovação pelas instituições financeiras era exatamente o contrário. De acordo com o gerente da Saga, Anderson Silva, para conseguir uma aprovação de crédito os bancos estão pedindo 30% de entrada e o restante parcelado em, no máximo, 48 meses.

Silva diz que os bancos estão mais rigorosos para a liberação de crédito, o que tem assustado os compradores, mas acredita que com uma mudança na política econômica uma melhoria pode ser aguardada já para o final do ano. “Esse arrocho na liberação de crédito foi devido ao grande índice de calote que os bancos vêm sofrendo desde o final de 2014”, garante. 

 

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