Ciência beneficia as mães na UTI
Intervenções musicoterapêuticas podem trazer benefícios para a recuperação de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal
Intervenções musicoterapêuticas podem trazer benefícios para a recuperação de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). Para identificar a influência dessas intervenções na saúde dos pacientes, desde 2014, professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizam estudos no Hospital da Mulher e Maternidade Dona Íris, localizado na Vila Redenção.
Participam da pesquisa as mães internadas na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) da maternidade. As etapas do projeto são realizadas por pesquisadoras do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG. Além de contribuir para a saúde das mães, o trabalho ampliará os estudos sobre o tema que ainda são escassos.
Etapas da pesquisa
Para integrar a pesquisa as mães passam por uma avaliação, na qual respondem um questionário sociodemográfico e são medidas as escalas de fadiga, depressão, qualidade de vida e ansiedade, além disso, são captadas a frequência cardíaca e dosagem de cortisol e catecolaminas que estão ligadas ao stress e fadiga. Após esse processo, as pacientes são sorteadas para definição de qual grupo participarão: o de mães que recebem a intervenção musicoterapêutica e as que não recebem.
As seções de musicoterapia são realizadas durante três semanas e as pacientes participam de sete a oito seções que duram cerca de 50 minutos. Para compor os dados da pesquisa, é necessário que as pacientes frequentem 75% das seções. Posteriormente, as mães são reavaliadas para que os pesquisadores identifiquem as mudanças ocorridas em função do atendimento com musicoterapia.
Resultados
N o piloto da pesquisa, realizado em 2014, os pesquisadores identificaram que a musicoterapia trouxe benefícios para mãe e o bebê. Os benefícios estão relacionados à melhora da ansiedade e dos parâmetros cardíacos.
Mães muito ansiosas podem estar mais propensas às doenças cardíacas, o que pode dificultar o restabelecimento do bebê. A professora aponta que o estudo tem detectado que “a intervenção musicoterapêutica traz benefícios de acalento para a mãe e o bebê, fazendo com que os níveis de ansiedade, fadiga e modulação autonômica simpática reduzam e eles consigam se recuperar melhor”.
O trabalho tem como objetivo final implementar o serviço de musicoterapia na UTIN da Maternidade, tendo em vista, que no Brasil a prática da intervenção musicoterapêutica nessas unidades é muita pequena. (UFG)