JÚNIOR BUENO

Os olhos produzem as lágrimas para estarem constantemente hidratados, assim suas estruturas podem trabalhar de forma adequada e até mesmo impedir o atrito entre a córnea a pálpebra. Porém os olhos podem não receber hidratação suficiente, seja por alguma deficiência, ausência da lágrima ou mesmo alguma falha do mecanismo de lubrificação dos olhos. A lágrima é essencial para lubrificação, nutrição e proteção das estruturas oculares externas. Uma anomalia na produção ou na qualidade da lágrima pode provocar inflamações na superfície do olho, da córnea e da conjuntiva. Essa condição acomete especialmente as mulheres mais velhas. 

Os principais sintomas são lacrimejamento, secura, vermelhidão, coceira, ardor, sensação de corpo estranho e de “areia” nos olhos. Nos quadros mais graves, fotofobia, desconforto ao movimentar as pálpebras e maior produção de muco podem ser sinais de olho seco. Muitas pessoas têm esta condição causada por doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus, ou mesmo o uso de alguns medicamentos, como ácidos retinóides para tratamento de acne, antidepressivos, antialérgicos, anticoncepcionais e betabloqueadores.

O tempo seco e o ambiente de trabalho com ar-condicionado contribuem muito para que a lágrima evapore, mais rapidamente, e o olho fique ainda mais ressacado. Além disso, o uso prolongado de computador, smartphone e outros dispositivos provocam uma diminuição do número de piscadas, que ajudam no espalhamento das lágrimas sobre a superfície do olho. Por isso, na presença destas condições, é ainda mais importante ficar atento aos sinais do olho seco. O tratamento do ressecamento ocular é feito com o uso de lágrimas artificiais, sob a forma de colírio, gel e com a adoção da higiene adequada da área externa ocular. 

É indispensável, porém, identificar e controlar as causas do distúrbio. Aplicados de acordo com a indicação do oftalmologista, produtos como o Lacrima Plus, da Alcon, ajudam a aliviar os sintomas e não costuma ter efeitos adversos. As lágrimas artificiais têm a função principal de reposição da lágrima natural e precisam ser aplicadas, várias vezes ao dia, conforme a necessidade do paciente e/ou orientação do oftalmologista. 

É importante esclarecer que nem todo colírio é uma lubrificante. Muitos consumidores usam vasoconstritores de forma inadequada. Esses produtos clareiam momentaneamente os olhos, mas não hidratam. Com o uso frequente, eles provocam mais ressecamento ocular, e o seu poder de clarear os olhos vai diminuindo. Em alguns pacientes, esses produtos podem estar contraindiciados em casos de doenças oculares graves, pacientes com glaucoma de ângulo fechado, e devem ser usados com cautela por hipertensos, diabéticos, cardiopatas e pacientes com hipertireoidismo. E jamais devem ser aplicados sobre as lentes de contato.