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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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Economia

Orçamento será entregue na próxima semana

Ministro Jucá (Planejamento) afirmou que nova projeção das contas da União disse que votação pode ocorrer até o próximo dia 30

Postado em 19 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Orçamento será entregue na próxima semana
Ministro Jucá (Planejamento) afirmou que nova projeção das contas da União disse que votação pode ocorrer até o próximo dia 30

Os ministérios do Planejamento e da Fazenda estão trabalhando para entregar na semana que vem ao Congresso Nacional a nova projeção de Orçamento deste ano. Em entrevista no Rio, após participar da abertura da 46º Assembleia da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), o ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse acreditar que a votação poderá ocorrer até o próximo dia 30. Ele não quis, entretanto, antecipar o valor do déficit primário, que está sendo atualizado, de modo a “espelhar a realidade”. “Nós vamos avançar com firmeza, falando com consequência. Não adianta antecipar posições que, depois, não se sustentam.”

Jucá admitiu que a situação é pior do que o governo Temer imaginava, porque “recebeu uma proposta no Congresso de déficit de R$ 96 bilhões e, na verdade, o quadro é de mais dificuldades e de algumas incertezas, que não podem ainda ser dimensionadas”. No estudo que vem sendo efetuado sobre o déficit primário, deverão constar a questão da renegociação da dívida com os estados, bem como perdas com a Eletrobras, disse o ministro. Ele está confiante, porém, que o Congresso dará o respaldo necessário e fará com que as aprovações sejam feitas de acordo com o esperado. “Os ministros do Planejamento e Fazenda farão um “batimento” {comparação]” de expectativas na quinta ou sexta-feira”, adiantou Jucá. “Portanto, temos tempo ainda e faremos um levantamento minucioso da proposição que vamos apresentar.”

O ministro do Planejamento não quis entrar na discussão sobre o novo líder do governo na Câmara. “Não vou entrar na discussão interna da Câmara dos Deputados”, afirmou, acrescentando ter certeza de que os deputados e partidos políticos da Câmara chegarão a uma posição de equilíbrio e definição para um bom funcionamento da Casa. Admitiu, porém, que o caso poderá ter interface da Secretaria de Governo, chefiada por Geddel Vieira Lima, e talvez do próprio presidente Michel Temer. Negou, por outro lado, que a escolha do líder do governo possa interferir na aprovação do Orçamento.

Estados

Indagado sobre a hipótese de carência de 12 meses proposta por alguns estados para o pagamento da dívida com a União, Romero Jucá disse que a ideia é avançar na análise do problema até o final da próxima semana para começar a discutir com os estados. “É importante resolver essa questão rapidamente, para que não fique essa pendência e os estados possam se programar também”. Jucá está levantando o impacto da parte do orçamento, do gasto público. Destacou, entretanto, que enquanto o Ministério da Fazenda não se manifestar em relação a essa questão financeira, “eu não ousaria dizer se é factível ou não”.

Jucá afirmou que, do ponto de vista da política, está na mesa a busca de uma saída que dê “oxigênio, um refresco, uma condição de funcionamento aos estados, desde que não seja algo inviável para a União, que também passa por dificuldades”. Segundo o ministro, o déficit que afeta União, estados e municípios, tem de ser estruturado de forma conjunta. A proposta que está sendo elaborada busca atender aos estados, mas o ministro garantiu que não há ainda uma modelagem definida. Todas as posições e propostas dos governos estaduais serão levadas em conta. (Agência Brasil) 

Bolsa deixa de negociar ações da Eletrobras 

A diretoria da Eletrobras não conseguiu entrega ontem os balanços auditados de 2014 e 2015 à SEC (órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos). Por isso, a partir de amanhã as ações da estatal não estarão sendo negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE).

A decisão da NYSE ocorreu depois que, na véspera, a Eletrobras deixou de entregar às autoridades norte-americanas o balanço auditado da empresa. Segundo a Bolsa de Nova York, a empresa tem o direito de solicitar revisão da medida.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que participou, no Rio de Janeiro, da solenidade de abertura do 13º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), informou que hoje (19) a Eletrobras vai recorrer da decisão.

Segundo ele, ainda assim as ações da empresa ficarão até 90 dias fora do pregão da bolsa nova iorquina e que acredita que o recurso a ser apresentado deverá levar de dois a três meses para ser julgado. Fernando Coelho acrescentou que, durante esse período, serão feitos “todos os esforços necessários no sentido de que as investigações possam ser concluídas, o que dará conforto para que a auditoria independente assine o balanço”.

Com o balanço auditado e assinado, o ministro espera que as ações da holding possam voltar a ser negociadas “antes de que seja iniciado o processo de deslistamento”.

A indicação do governo é para que a estatal acelere as investigações sobre eventuais irregularidades em obras de usinas no Brasil. Sem que isso seja resolvido, a KPMG, que é a empresa contratada para fazer a auditoria do balanço, não pode dar seu aval à publicação do documento. 

“Nós vamos trabalhar rapidamente para ter condições de apresentar um relatório de impacto e, aí sim, fechar o condicionante do balanço e resolver o problema. Nós temos pressa”. Questionado sobre quanto poderia ser o impacto da Eletrobras na projeção do déficit, Jucá indicou que “eles dizem que pode ser de R$ 15 bilhões a R$ 40 bilhões. Nós estamos definindo isso”, disse o ministro do Planejamento, Romero Jucá.

O ministro disse estar confiante no retorno dos investimentos para o Brasil. “Vamos avançar e tenho certeza que o país voltará a ser atrativo para investimentos nacionais e internacionais”.

A partir de hoje (19), o ministro do Planejamento terá reuniões internas com cada secretário para definir as providências que vão ser tomadas em cada segmento. (ABr) 

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