Matriz de Campinas recebe hoje o título de basílica menor
Título de Basílica Menor foi concedido pelo papa Francisco à igreja por sua importância histórica e beleza artística de arquitetura e decoração
Karla Araujo
O Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, conhecido popularmente como Matriz de Campinas, recebe hoje (21), em solenidade às 17h30, o título de Basílica Menor, concedido pelo papa Francisco à igreja por sua importância histórica e beleza artística de arquitetura e decoração. Além disso, a quantidade de fiéis que frequentam a igreja foi levada em consideração, 30 mil passam pelo local toda a semana. Só na terça-feira, dia da novena em louvor a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, 20 mil fiéis participam das celebrações, que acontecem a cada hora, entre as 6h e 21h.
O missionário redentorista padre Clóvis de Jesus Bovo explica que o título é “uma distinção e uma honra que o Vaticano concede a determinadas igrejas”. De acordo com o padre, na prática, não acontecerão muitas mudanças, pois não estão previstas reformas ou ampliações. O arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, fez o pedido para mudança no título da igreja em novembro do ano passado. No dia 15 de maio, a aprovação foi divulgada.
Padre Clóvis está na Matriz de Campinas há 15 anos e conta que o título de basílica menor pode aumentar a quantidade de fiéis que passam pela igreja. “Como estamos perto de Trindade, acredito que muitos virão à Campinas quando estiverem participando das festividades próximas daqui”, diz o padre. A Matriz de Campinas tem capacidade para acolher 930 pessoas sentadas e quase duas mil em pé.
Fiéis
Beatriz Menezes de Oliveira, 15, mora próximo à matriz e frequenta os grupos de crisma e Mãe o Perpétuo Socorro. “Acho muito bom que a igreja receba esse título. A matriz tem muita história e é importante para a região. Moro perto e não consigo expressar o quanto é importante para mim, fico muito feliz com esse reconhecimento”, diz a adolescente.
A aposentada Márcia Antônia Carvalho, 56, vê o novo título como uma oportunidade para alcançar mais pessoas por meio do trabalho já desempenhado na igreja. “Conheci a matriz no meu tempo de menina. É um chamado para doarmos mais de nós aos outros, para aqueles que estão perto de nós”, diz Márcia. Selma Franco, 52, é operadora de caixa e participa da novena realizada às terças-feiras. Para ela, a igreja “acolhe todos, os que são de Campinas e os que não são, é uma mãe”.
Prestígio reforça a importância histórica de Campinas
A professora da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutora em História das Ideias Religiosas Cristina de Cássia Pereira Moraes afirma que o sonho de toda igreja católica é tornar-se basílica. De acordo com Cristina, o título vem em um importante momento, pois o número de igrejas protestantes já ultrapassou a quantidade de igrejas católicas na Capital.
Assim como padre Clóvis, a especialista lembra que, na prática, pouca coisa muda. Porém, do ponto de vista religioso, o título é significativo. “É o Vaticano olhando de forma diferente para Goiânia. Os fiéis sentem que o próprio papa está prestando atenção em uma igreja que está tão longe, e isso é marcante para eles”, explica Cristina.
A especialista também destaca a importância da igreja para o setor Campinas e para a Capital. “Infelizmente Campinas foi esquecida por Goiânia e tornou-se um bairro qualquer. A igreja e aquela região merecem o título que reforça sua importância histórica”, reitera a professora.