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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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ROUPAS DE BAIXO

Vamos falar sobre cuecas?

Nem só de conforto vive o mundo do underwear:
uma cueca bonita –
e limpa – pode fazer muito pela aparência, a autoestima e até pela vida sexual de quem usa

Postado em 29 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Vamos  falar  sobre  cuecas?
Nem só de conforto vive o mundo do underwear:

JÚNIOR BUENO

Vamos perguntar para a ala masculina dos leitores do Essência: há quanto tempo você não compra uma cueca nova? Mas só vale a que você comprou; não as que sua mãe ou sua mulher compra. Quanto tempo? Então, vamos falar abertamente: ninguém – ou quase ninguém – sabe o que você usa embaixo das calças. Mas isso não é desculpa para usar roupas de baixo com furos, velhas, folgadas ou esgarçadas. Uma boa cueca pode fazer muito mais pela sua autoestima, pela aparência e até pela sua vida sexual. E saiba que essa peça de roupa pequena em volta das joias da coroa tem uma história que liga você, homem moderno e desconstruído aos homens das cavernas.

O exemplo mais antigo da roupa íntima masculina data dos homens das cavernas. São descritas por estudiosos com um longo pedaço de linho moldado como um triângulo com tiras nas pontas. Eram amarrados ao redor dos quadris e laçados por entre as pernas; depois, com as tiras, eram amarrados novamente nos quadris. No século 12, com o desenvolvimento das armaduras de platina, as faixas de linho, que eram usadas como proteção contra o metal áspero, começaram a ser usadas pelos cavaleiros. Desde então, estes tecidos são considerados os reais antecedentes da roupa íntima masculina. 

Mais tarde, as cuecas, frequentemente amarradas abaixo dos joelhos com fitas ou alfinetes, encurtaram e foram costuradas. As roupas masculinas do século 16 eram tão brilhantes e coloridas quanto as femininas. Eram feitas de seda, tafetá e outros tecidos nobres, enquanto as roupas íntimas eram feitas de linho, pois era o único tecido lavável. Na década de 1830, as roupas íntimas masculinas feitas de flanela e algodão tornaram-se comuns e muito usadas. Após a Revolução Francesa, a aristocracia inglesa tornou-se o modelo da moda masculina. O que usavam eram roupas confortáveis e casuais. 

Com exceção de ocasiões formais, os calções deram lugar às calças mais justas, acompanhadas de botas. Através dos séculos, alguns homens, principalmente os militares, usavam roupas íntimas parecidas com os corpetes que diziam facilitar a vida em tempos de guerra. Os shorts íntimos foram as novidades que chegaram com o século 20. As cuecas passaram a ser fabricadas com tecidos e elásticos e se tornaram mais confortáveis. Ao contrário da roupa íntima feminina, que tem um aspecto mais sexy, o princípio da roupa íntima masculina é o conforto e a simplicidade, motivo pelo qual os shorts chamados samba-canção tornaram-se muito comuns, até a década de 1970.

A samba-canção foi assim batizada porque, com o advento das novíssimas cuecas slip, as antigas foram consideradas cafonas, coisa de velho, tal qual a samba-canção, que estava saindo de moda. As slip, com abertura na frente, reinam absolutas até o fim dos anos 90, quando começa a se popularizar o modelo boxer, que é confortável, sem cousturas, e não costuma marcar nas roupas. Até algumas mulheres aderiram às boxers, pelo conforto que proporcionam. 

Além do material e formato, a nova lingerie masculina (sim, é assim que sua cueca é chamada no mundo da moda, lin-ge-rie) tem um corte bem estudado, com costuras invisíveis para não machucar. O underwear masculino também já ultrapassou o conceito de apenas roupa de baixo e, atualmente, também é usado como item fashion e fetichista, assim como os femininos. Então, você aí, mocinho, que baba pela moça no outdoor de propaganda de calcinha, saiba que uma cueca bonita conta pontos a favor. E sem essa de ter que estar em forma para ficar bem. Uma boxer preta faz muito por qualquer tipo de corpo. Pelo menos é o que diz uma pesquisa da marca Zorba sobre as preferências de mulheres e homens gays sobre seus companheiros.

E para quem não é nenhum Mark Walberg, ícone dos anúncios da Calvin Klein, as fotos que ilustram essa matéria são da campanha da marca de cuecas Dressmann, da Noruega. Eles lançaram uma campanha bem bacana para divulgar sua nova linha de underwear. Para mostrar que suas peças são feitas para todos os tipos de corpos e sem julgamentos, eles usaram homens de diferentes tipos físicos. Segundo a empresa, o resultado da campanha foi superpositivo: as vendas aumentaram 30% em setembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior. 

Mais uma coisa: cueca barata e cueca boa não são sinônimas. Então, pelo bem da sua vida sexual, para de dar dinheiro para sua mãe comprar cuecas no pacotão de 3 por 10 reais. Ah, e use cuecas limpas, por favor! Jamais deixe uma cueca freada aparecer por aí. E já que estamos aqui, nesta conversa franca, que tal, além comprar as próprias cuecas, você começar a lavá-las também? 

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