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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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Cidades

Simuladores afastam candidatos de CNH

Número de processos caiu quase 3 mil de dezembro para janeiro. Meses seguintes mostram recuperação, mas ainda preocupa empresários

Postado em 3 de junho de 2016 por Sheyla Sousa
Simuladores afastam candidatos de CNH
Número de processos caiu quase 3 mil de dezembro para janeiro. Meses seguintes mostram recuperação

Karla Araujo

O impasse em relação à exigência de cinco aulas em simulador para adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) levou muitos candidatos a adiarem os planos. Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) apontam que 1.941 pessoas entraram com processo para categoria B em janeiro de 2016, quando o uso do simulador de direção na formação do condutor passou a ser exigido em todo o País. 

No mês anterior, 4.352 pessoas haviam entrado com processo. Em fevereiro, março e abril, a quantidade de postulantes aumentou gradativamente, mas não alcançou o número de dezembro de 2015. Em abril, foram 3.436 candidatos.

De acordo com o Detran-GO, todos candidatos que abriram o processo ou fizeram exame médico a partir de 1° de maio têm que ter cinco aulas no simulador para adquirir a primeira habilitação ou adição de categoria B. 

Dificuldades

Mesmo com convênio firmado com outro CFC para seus alunos realizarem aula no simulador, Antônio Soares, 72, pretende diminuir a quantidade de carros para aulas práticas de direção de três para dois e, assim, controlar as contas. Ele é dono de um CFC localizado no Setor Pedro Ludovico há 45 anos. Por mês, a empresa de Antônio iniciava o processo de pelo menos 20 candidatos. 

De acordo com o empresário, há dois meses o número caiu para sete por mês. “As pessoas estão inseguras em relação ao simulador, se vai ter aula ou não, se vai pagar mais e a possibilidade de atrasar o processo”, lamenta Antônio. “Esperamos que a situação melhore nos próximos meses”, diz o empresário. 

Onomar Novais é dono de um CFC que tem dez unidades em Aparecida de Goiânia. Ele afirma que antes da divulgação da obrigatoriedade do simulador, a empresa tinha 700 novos clientes por mês. “As dúvidas em relação ao uso do aparelho fez a quantidade de candidatos cair pela metade na nossa empresa. Um prejuízo enorme”, afirma Onomar. O empresário adquiriu cinco simuladores, cada um no valor de R$ 47 mil. 

Explicações

Para o presidente da Associação dos Centros de Formação dos Condutores do Estado de Goiás (Ascefego), Jader Neves, não foi apenas o impasse com os simuladores que afastou os candidatos à CNH. “Não podemos nos esquecer da crise econômica, que tem feito as famílias reverem as prioridades de gastos”, diz o presidente. 

Sobre a determinação das aulas no simulador, Neves afirma que são importantes para pessoas que nunca dirigiram antes, mas deveriam ser dispensáveis para pessoas que já têm experiência. “Estamos cumprindo uma determinação do Departamento Nacional de Trânsito (Detratran). Se fosse o Detran-GO, seria mais fácil negociar prazo maior”, explica o presidente.

Segundo o Detran-GO, existem 10 simuladores funcionando em Goiânia e 30 na Região Metropolitana. Outros 20 equipamentos serão entregues nas próximas semanas. Neves explica que as aulas ainda não começaram porque houve falha na ligação entre os simuladores e o sistema do Detran-GO, mas a empresa responsável pelos equipamentos deve solucionar o problema nos próximos dias.

 

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