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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
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Fila para cirurgias eletivas deve aumentar ainda mais

Fim de verba extraordinária vai continuar de acordo com Ministério da Saúde. Municípios foram alertados

Postado em 11 de junho de 2016 por Sheyla Sousa

KARLA ARAUJO

Os municípios foram avisados com um ano de antecedência que o complemento da verba destinada às cirurgias eletivas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) seria repassado apenas até dezembro de 2015. Este é o argumento do Ministério da Saúde (MS) diante da reclamação das prefeituras de que parte da verba destinada ao procedimento foi cortada. O recurso faz parte do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec), verba extraordinária para ampliação do acesso às cirurgias eletivas no SUS.

De acordo com o Ministério da Saúde, o encontro de contas deste programa – avaliação dos repasses realizados – ocorreu no mês passado e ficou determinado que o município de Goiânia não tem saldo a receber. A Portaria nº 2.676 do Ministério da Saúde, publicada em dezembro de 2014, e assinada pelo então ministro Arthur Chioro, informou que o prazo para execução da estratégia de ampliação do acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos no âmbito do SUS havia sido prorrogado apenas até dezembro de 2015.

O superintendente de Regulação e Políticas de Saúde da SMS, Sandro Rodrigues, explica que depois da publicação da portaria pelo Ministério da Saúde, a expectativa do município era que o repasse da verba fosse prorrogado mais uma vez. “Durante o ano que separou o aviso e o fim definitivo do complemento aconteceram diversas negociações para que o dinheiro continuasse a chegar”, afirma Rodrigues.

Números

Todos os meses, cerca de três mil pedidos para realização de cirurgias eletivas são feitos à SMS de Goiânia. Segundo Rodrigues, normalmente, 2,5 mil procedimentos são realizados por mês. O superintendente afirmou ao O HOJE que não é possível precisar quantas cirurgias eletivas deixam de ser realizadas por mês com o fim do complemento da verba, pois depende de cada tipo de procedimento. 

Porém, o município determinou que as instituições que prestam serviço para realização de cirurgias eletivas encaminhadas pelo município diminuíssem, a partir do dia 1º de maio, seu faturamento em 70%. O procedimento continua a ser realizado normalmente em hospitais públicos. 

Legislação

A Constituição determina que a gestão e o financiamento do SUS são compartilhados entre a União, estados e municípios. Os estados e o DF devem investir o mínimo de 12% de sua receita, enquanto os municípios devem aplicar pelo menos 15%. A partir deste ano, entra em vigor uma nova regra para aplicação de recursos em saúde pela União, por meio da EC 86, que determina a execução mínima de 13,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) em 2016, chegando, de forma escalonada, a 15% em 2020. Segundo o Ministério da Saúde (MS), diante da crise econômica, a pasta contingenciou R$ 5,5 bilhões.

 

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