Os desafios femininos são o assunto principal do papo com a cantora e compositora Karina Buhr no Estação Plural de hoje (17), às 23h, na TV Brasil. Artista batalhadora, Karina conta para os apresentadores Ellen Oléria, Mel Gonçalvese Fefito que dedicou Selvática, seu terceiro disco autoral e trabalho mais recente, a “toda guerreira que existe dentro da gente”.

Natural de Salvador e criada no Recife, Karina é multifacetada. Ela também é percussionista, ilustradora, escritora e atriz. Conhecida por sua performance intensa nos palcos, a artista denuncia a estética do corpo perfeito, polêmica que a envolveu por causa da capa do novo álbum.

“É muita regra que define como deve ser o corpo. Se você tem peito pequeno, você tem que botar silicone, mas também se você bota silicone, você é a siliconada. Então, tá tudo sempre ruim, né? É feito de um jeito que é pra gente estar sempre desconfortável”, analisa.

Karina também tem posição crítica sobre os papéis estabelecidos para o homem e para a mulher na sociedade. Para ela, essa desigualdade poder gerar violência. No primeiro bloco, o trio de apresentadores conversa com a cantora sobre as agressões que a mulher sofre na rotina.

Eles lembram que na grande maioria das vezes o assédio acontece, na própria residência, e é feito por companheiros e ex-namorados. O Estação Plural discute por que muita vezes a responsabilidade cai em cima da mulher, quando ela é atacada, e mostra que, com o sentimento de culpa, ela se fragiliza ainda mais.

Durante o programa, Karina destaca como a mulher pode demonstrar sua força e reagir com denúncia, coragem e conhecimento. A autodefesa é o assunto em pauta no segundo bloco. “As mesmas coisas que te deixam fraco te deixam forte. O que é para te derrubar te fortalece”, afirma. 

Quando a barra fica pesada demais, a pessoa pensa em desistir de lutar. No terceiro bloco, Karina reflete sobre o suicídio na conversa com os apresentadores. Entre a população trans, os números são alarmantes.

O programa traz o depoimento da trans Renata Peron que organizou recentemente o seminário Suicídio da População Trans: Limites entre Vida e Morte. Também entrevista a antropóloga Rita Segato.