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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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Politica

Marconi mostra caminho para geração de empregos

Governador abriu ontem, em Goiânia, o 4º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, que debateu avanços no agronegócio em Goiás

Postado em 18 de junho de 2016 por Sheyla Sousa
Marconi mostra caminho para geração de empregos
Governador abriu ontem

O governador Marconi Perillo (PSDB) disse ontem, na abertura do 4º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, que o Brasil precisa avançar na agregação de valor de sua produção primária para garantir maior geração de emprego e renda. A defesa foi feita para cerca de 200 empresários da cadeia da alimentação que participam do evento, organizado pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais -, no Hotel Mercure, em Goiânia.

“A indústria da alimentação verticaliza nossa produção primária. Quando exportamos matéria-prima, sem agregação de valor, estamos exportando também empregos, que seriam gerados se tivéssemos uma indústria realizando este trabalho aqui. Quanto mais processamos matéria-prima, mais empregos criamos. É isso que temos de incentivar para o desenvolvimento industrial”, destacou.

Marconi analisou, no entanto, que uma política econômica mais estável é fundamental para este processo de verticalização. Para ele, a estabilidade propicia melhor condição para importar insumos, exportar produtos primários elaborados, além de uma política de câmbio e juros mais segura. “A política macroeconômica é fundamental para a gente ter um ambiente que possibilite o avanço industrial”, disse.

Ele lembrou que cabe ao Estado proporcionar a desburocratização e garantir uma oferta de infraestrutura de qualidade para o setor produtivo. “Assim geramos competitividade e atraímos investidores. O Brasil pode se transformar no grande produtor de alimentos do mundo. Já produzimos 200 toneladas de alimentos, mas podemos ir a mais. A desburocratização e infraestrutura precisam ser levadas a sério”.

O governador, antes de encerrar seu discurso, destacou os reflexos positivos da verticalização industrial vivenciada por Goiás: “Nos últimos dez anos, avançamos acima da média nacional na geração de empregos e a balança comercial multiplicou mais de 20 vezes de 1999 para cá. A modernização do agronegócio teve papel primordial nisso. Por isso, a agregação de valor deve ser pauta de todos os governos”.

Debates

Líder do setor que debate Agronegócios do Lide, o ex-ministro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Roberto Rodrigues destacou a tese defendida por Marconi. Segundo ele, o Brasil é hoje o maior exportador de sete commodities (café, soja, suco de laranja, açúcar, carne de frango, carne bovina e tabaco). Mas, por conta de gargalos internos e do comércio internacional, ainda se agrega pouco valor a esta produção.

Citou o exemplo do café para ilustrar este cenário. “O Brasil exporta 27% da produção de café mundial. Menos de 2% desse total é torrado e moído aqui. Os campeões mundiais em café torrado e moído são Alemanha e Itália – dois países que não plantam um pé de café sequer. Eles pegam nosso café, da Colômbia, Vietnã e da Costa Rica misturam, torram e moem. O Brasil tem de ocupar este posto”, disse.

 Furlan segue linha de defesa do governador

O chairman (presidente administrativo) do Lide e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan também seguiu a defesa de Marconi Perillo. “Não há nada errado em exportar commodites agrícolas. O maior exportador são os EUA, por exemplo. Mas temos de agregar valor com inovação, tecnologia e criatividade. Uma tonelada de produto processado chega a 10 mil dólares. Uma tonelada de milho ou farelo de soja não passa de 300,00 dólares”, disse.

Furlan disse ainda que o Brasil vem se consolidando como expressivo protagonista na exportação de alimentos para o mundo, e que deverá ampliar suas negociações através dos acordos bilaterais. O chairman do Lide enfatizou, porém, a necessidade de se criar um brand (marca de fábrica) para os produtos brasileiros, a exemplo das tulipas da Holanda, dos vinhos franceses ou do bacalhau de Portugal.

A programação do Fórum será encerrada à tarde com a outorga do 4°Prêmio Lide da Indústria de Alimentos 2016 para empresas de destaque no mercado nacional da alimentação e com homenagem ao ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra. “O ministro Turra veio 14 vezes a Goiás em 16 meses que esteve à frente do ministério, entre 1998 e 1999. É, sem dúvida, um grande parceiro da economia goiana”, disse Marconi.

  

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