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sábado, 23 de novembro de 2024
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Economia

Crise não vai atrasar entregas olímpicas

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que calamidade pública não vai interferir em jogos

Postado em 19 de junho de 2016 por Sheyla Sousa
Crise não vai atrasar entregas olímpicas
Prefeito do Rio

Em comunicado divulgado pelo twitter, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assegurou que o estado de calamidade pública, decretado ontem (17) pelo governo estadual, “em nada atrasa as entregas olímpicas e os compromissos assumidos pelo Rio”.

Ainda na rede social, o prefeito afirmou que confia na parceria com o governo federal para garantir a segurança dos Jogos de 2016: “No próprio tema da segurança dos jogos-aonde a prefeitura não tem responsabilidades – temos a certeza que a parceria com o governo federal funcionará. Portanto, quero renovar aqui  a confiança de que realizaremos jogos excepcionais!”

O presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Ivan Simonsen Leal, classificou a declaração de estado de calamidade pública no âmbito da administração financeira, pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, de “uma medida exemplar e corajosa”.

De acordo com o presidente da FGV, a decisão traz à tona a “dificílima realidade fiscal” do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, permite que o governo estadual adote medidas necessárias para sanear as contas públicas: “A decisão abre espaço para a implementação, com total transparência, de medidas absolutamente necessárias e inadiáveis para a recuperação do Estado”.

Tamanho

Para o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, o Rio tem “um buraco financeiro gigantesco”, que, já no ano passado, obrigava a uma negociação sem sucesso com o governo federal, tentada pelo governador Luiz Fernando Pezão, licenciado desde março do cargo, e agora pelo governador em exercício, Francisco Dornelles.

“Não tem outra solução a não ser uma ajuda, de alguma forma, da União. O Pezão passou o ano passado todo buscando uma solução e não conseguiu. O novo governo que aí está, na sua transição, tomando pé da situação, vai ter que resolver isso. Se não for assim, como o buraco é muito grande, o Rio vai ter que suspender muitos pagamentos de agora até o fim do ano e isso vai trazer caos onde afetar”, disse Velloso.

Velloso acrescentou que o governo do estado ainda não informou quais são os pagamentos que serão suspensos e somente após o anúncio se poderá saber as consequências.

Mas para o economista, já se pode esperar a suspensão de reajustes salariais de servidores. Segundo ele, nem mesmo a suspensão temporária da dívida, como tinha sido proposta pelos governadores ao Ministério da Fazenda, vai resolver a situação precária do Rio.

“Não resolve. Isso é pouco. O buraco do Rio é da ordem de R$ 18 bilhões a R$19 bilhões e a suspensão do pagamento da dívida vai, no máximo, aliviar, este ano, uns R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões. Ainda falta muito para tapar o buraco”, afirmou o economista.

De acordo com Raul Velloso, mesmo em situação difícil, o governo federal tem como ajudar a administração fluminense e sugeriu empréstimos de bancos oficiais, uma vez que o governo do Rio não pode recorrer aos bancos privados, porque o Ministério da Fazenda não autoriza.  (Agência Brasil)

 

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