Na aposentadoria, diferença entre gêneros pode cair
Governo quer propor uma redução na diferença entre homens e mulheres para aposentadorias
Além de pregar a fixação de um piso de 65 anos, o governo interino de Michel Temer pretende propor às centrais sindicais uma redução na diferença para aposentadoria entre homens e mulheres. Em reunião do grupo de trabalho para elaboração de uma proposta de reforma previdenciária, o Palácio do Planalto quer defender uma diminuição na diferença de cinco para três anos.
Hoje, para se aposentar, a mulher precisa atingir 30 anos de contribuição para Previdência, enquanto homens devem ter no mínimo 35 anos. As centrais sindicais já reconhecem que podem apoiar a redução da diferença para três anos, mas exigem que ela só seja válida para os novos contribuintes, o que é descartado por assessores e auxiliares presidenciais.
A equipe econômica queria inicialmente a igualdade entre os gêneros, mas recuou diante do risco de deflagrar uma crise com a bancada feminina no Congresso, contrária à proposta. Assim, passou a defender uma alternativa “menos traumática”.
O Palácio do Planalto apresentou, em reunião, para as centrais sindicais, ideias para a reforma previdenciária. Para não enfrentar um desgaste de partida, evitou levar uma espécie de documento pronto e deixará claro que os pontos ainda serão discutidos.
O governo federal anunciou que pretende enviar uma proposta pronta ao Congresso Nacional em julho, mas ela deve começar a tramitar de fato só depois das eleições municipais, em outubro. O Palácio do Planalto defenderá ainda no encontro a fixação de uma idade mínima de 65 anos. No governo federal, há quem defenda que o piso seja estendido para 70 anos daqui a 20 anos, o que é avaliado como “improvável”.
Em nenhum país do mundo foi adotada uma idade superior a 67 anos e que, para ser adotado um piso de 70 anos, a expectativa de vida precisaria ser ampliada para cerca de 100 anos, sendo que atualmente é de 75 anos. (Agência Brasil)