Quando o latido vira ‘cof cof’
No inverno, cuidados para evitar doenças respiratórias nos cães devem ser redobrados
Elisama Ximenes
O inverno chegou no último dia 20 de junho. Embora as estações do ano não sejam tão bem definidas neste País tropical, é possível perceber pequenas mudanças climáticas, e quem mais sente é o nosso organismo. Não só o nosso. Os pets também ficam vulneráveis a determinadas doenças nessa época. A estação dura até 22 de setembro próximo e, até lá, a preocupação aumenta e permanece com relação às doenças respiratórias, que podem atacar os cachorros.
O primeiro sintoma – e principal – que aparece nos cães é a tosse seca e improdutiva. Segundo o veterinário Luís Pereira, a tosse é considerada improdutiva quando não apresenta a ocorrência de secreções. “Geralmente, os donos levam o pet para o veterinário achando que eles estão engasgados com algo e, quando chegam, descobrem que é gripe”, conta Luís. Além da tosse, os cachorros gripados sentem febre, diminuem o apetite – dentre outros sinais.
Os sintomas, na verdade, são bem parecidos com os da gripe humana. No entanto os humanos gripados nem sempre apresentam tosse. Já no caso dos pets, a tosse é o principal sintoma, conforme explicou Luís. Segundo ele, as diferenças se dão, principalmente, pelo fato de a gripe em cachorros ser causada, também, por bactérias – nos humanos ela é viral. O tratamento, portanto, é obrigatório. “O tratamento da gripe canina é sintomático, e é feito com antibióticos e vitaminas”, explicou o veterinário.
Para a prevenção, o médico alerta para a necessidade da vacinação. Segundo ele, os cães devem ser vacinados, enquanto filhotes, quando tomam entre três e quatro doses. Depois disso, os pets devem ser vacinados, pelo menos, uma vez ao ano.
Luís ainda dá a dica: “Se você for viajar e precisar deixar o cão em um canil, em que ele terá contato com outros animais, aconselha-se vaciná-lo, mesmo que ele já tenha tomado a vacina do ano, ou que o prazo de um ano ainda não tenha se completado; não faz mal”. Ou seja, além da vacina, é imprescindível tomar cuidado com o contato entre cães, nessa época, já que a gripe canina é extremamente contagiosa.
Além da gripe, essa época também é propícia para a ocorrência da cinomose, uma doença contagiosa que pode afetar as vias respiratórias e o sistema nervoso dos cães. Segundo Luís, ela pode aparecer em filhotes e adultos imunossuprimidos. “O tratamento da cinomose é múltiplo, porque ela tem três fases”, explica. De acordo com o veterinário, a primeira fase é uma que passa mais despercebida; a segunda apresenta sintomas de pneumonia, e a terceira é quando a doença afeta o sistem neurológico.
A cinomose é uma doença extremamente perigosa e que pode ocasionar a morte dos pets. Isso porque não existe cura para ela; o tratamento é feito com antibióticos, corticóides e uso de complexos vitamínicos. Nos casos mais graves, já que não há cura, o veterinário conta que a saída é a eutanásia. Ou seja, o cão morre, de um jeito ou de outro, caso o tratamento não seja seguido de maneira rigorosa. Como a gripe, a cinomose também pode ser prevenida com vacinação. Igualmente, as doses são aplicadas enquanto o pet é filhote e, depois, uma vez ao ano.
Frio
Para além da vacina, os donos dos cães têm de estar atentos se o pet está passando frio e tomar as devidas providências para aquecê-los. Os banhos devem ser evitados em dias de temperaturas muito baixas e, quando for o dia, recomenda-se que seja com água morna, e a secagem dos bichinhos deve ser bem feita. Os cães de pelos mais curtos são os que mais sentem.
Quem tem o costume de tosar seus pets, deve evitar a prática nessa época. Se for o caso, não se recomenda a realização da tosa completa. Vale, também, cobrir os animais com cobertores e mantas. Caso o cão não se incomode, vesti-lo com roupinhas também está valendo. No caso dos pets que dormem do lado de fora de casa, é recomendável que tenham algum abrigo e que o local seja abastecido por cobertor.