Tempo seco e frio aumenta riscos de doenças respiratórias
Sintomas como febre, tosse e desconforto respiratório requerem atenção. Crianças, idosos e gestantes são os mais vulneráveis aos males do inverno
Da redação
Com dias quentes e noites frias, o tempo seco característico do inverno goiano é propício para a manifestação de doenças respiratórias. Resfriado, asma, bronquite, rinite e gripe, inclusive a causada pelo vírus H1N1, estão entre os males que apresentam aumento na incidência durante a estação. As crianças, idosos, gestantes e doentes crônicos fazem parte dos grupos mais sensíveis às alterações no tempo.
“Devido à baixa umidade, o muco que ajuda a proteger o organismo de infecções fica espesso e a limpeza das vias respiratórias é prejudicada”, explica o médico apoiador da Gerência de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Fernando Evangelista. Mais secas, as estruturas responsáveis pelo transporte do ar no corpo humano inflamam com maior frequência. “Isso facilita a colonização por vírus e bactérias responsáveis por processos infecciosos”, destaca.
Cuidados
Mudanças na temperatura e na umidade relativa do ar, comuns desta época do ano, exigem cuidados. A hidratação é uma das medidas recomendadas para se prevenir as alterações. “É necessário beber pelo menos dois litros de água por dia”, orienta o médico da SMS Goiânia. Outras recomendações incluem hidratar as narinas com soro fisiológico, se proteger contra o frio, espalhar toalhas molhadas e baldes com água pelo quarto, utilizar umidificadores de ar, manter o ambiente livre de poeira, expor agasalhos e cobertores no sol e evitar aglomerações de pessoas. Fernando Evangelista destaca ainda que “é sempre preciso lavar bem as mãos”.
Sintomas
A população deve ficar atenta a sinais como tosse, “chiado no peito”, febre, inflamação na garganta e dores no corpo e de cabeça. Como durante o inverno é comum o aumento da procura por atendimento devido estas causas, a Prefeitura de Goiânia, por meio da SMS, conta com doze unidades de emergência para acolher a população com sintomas de doenças respiratórias. São dez Cais e Ciams espalhados pelos sete Distritos sanitários de Saúde da Capital e duas Unidades de Pronto Atendimento – UPA Itaipu e Noroeste. A assistência de pacientes mais graves é priorizada de acordo com a escala de classificação de risco da rede de Urgências do município.
Grupos de risco
Para as pessoas mais sensíveis às alterações no tempo, como crianças, idosos e imunossuprimidos, a atenção deve ser redobrada diante do risco de agravamento dos sintomas das doenças respiratórias. Casos mais graves podem evoluir para pneumonia, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e óbito. Ao perceber os sintomas de processo infeccioso ou alérgico é indicado que se busque orientações médicas para diagnóstico e tratamento. O médico Fernando Evangelista lembra que “nos casos mais severos a internação hospitalar é necessária”.
Gripe
Quanto à gripe, em especial a Influenza A causada pelo vírus H1N1, o médico reforça a importância da vacina. A cobertura vacinal superior a 80% em todos os grupos prioritários foi um fator determinante para a queda de notificações da doença em Goiânia. Apesar da significativa redução dos casos de SRAG nos últimos meses mesmo com o tempo seco e frio, a vigilância deve ser constante. O recomendado é que aqueles cidadãos que fazem parte dos grupos prioritários procurem um dos postos de vacinação para serem imunizados.