Bicicleta compartilhada custará R$ 4
Edital aberto proporcionará a instalação de 30 estações com 10 unidades cada
Deivid Souza
Está marcada para agosto a entrega das propostas das empresas interessadas em administrar o sistema de bicicletas compartilhadas em Goiânia. O edital aberto pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) no final do mês passado prevê que a empresa vencedora do processo disponibilize 30 estações de bicicletas compartilhadas. Ao todo devem ser 300 bikes. O usuário pagará entre R$ 3 R$ 4 por cada locação de até uma hora.
Também serão oferecidas as formas de locação mensal, semestral ou anual. No caso da contratação anual, o valor deve ficar entre 50 reais e 70 reais. Nesta modalidade, o usuário pode utilizar o serviço todos os dias do ano, mas a cada utilização é preciso devolver a bicicleta em uma estação e aguardar pelo menos 15 minutos para retirá-la novamente.
A empresa que for administrar o serviço deverá manter: estações; sistema de georreferenciamento; aplicativo; telemarketing e site de relacionamento. A implantação será feita em três etapas. Em cada uma delas serão colocadas em funcionamento dez estações. Esses locais já foram definidos, mas podem sofrer alteração de acordo com a necessidade. A CMTC ficará responsável por fiscalizar o serviço.
Para utilizar o sistema é preciso fazer um cadastro no aplicativo da empresa administradora. Esta, mediante pagamento eletrônico, libera a bicicleta. Após a utilização, o usuário deverá devolver o equipamento em qualquer uma das estações.
Viabilidade
A malha cicloviária é um dos pontos que pode diminuir o interesse das empresas que tem condições de operar o serviço. De acordo com a Prefeitura de Goiânia, a capital tem 70 quilômetros de vias cicloviárias e este número chegará a 100 quilômetros até o final do ano.
“Foi apresentado para todos nós que seriam em torno de 95 quilômetros entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, mas hoje só em torno de 40% estariam efetivamente implantados, sendo que atualmente nós temos no município apenas 17 quilômetros de ciclovia efetivamente implantados”, comentou o auditor de controle externo do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Renato Lopes Rocha.
O diretor técnico da CMTC, Sávio Afonso, acredita que “quanto mais trechos cicloviários implantados para o projeto melhor”, no entanto para ele, o uso das bicicletas não depende essencialmente das vias cicláveis. “É um projeto que dá liberdade para o usuário da bicicleta se deslocar pela cidade pela rua que ele quiser, pelo bairro que ele quiser”, ressalva.
Adesão
Um levantamento da CMTC apontou que cerca de 4% da população de Goiânia e 6% da região metropolitana já utiliza a bicicleta como meio de locomoção. O estudo apurou ainda que passam cerca de 210 ciclistas por dia na Avenida Gercina Borges Teixeira no Setor Sul. Os deslocamentos são em sua grande maioria para trabalho e estudo. O transporte público coletivo é usado por 30% desta população.
As ciclovias e ciclorrotas se concentram na região Sul de Goiânia. A reportagem de O HOJE acompanhou a movimentação na ciclorrota da Avenida Cora Coralina e notou a presença de apenas um ciclista no trecho entre a Praça Cívica e a Avenida 136.
Uma das críticas às vias em funcionamento é a falta de integração. A ciclovia da Avenida T-63, por exemplo, ainda não foi concluída. Quando isso acontecer, os ciclistas poderão fazer uma espécie de anel passando por esta ciclovia, seguindo pela Avenida 90 e 84, que leva até o Setor Central.
Na Praça Cívica, quando estiver concluído o Corredor T-7, será possível seguir de lá para as Regiões Sudoeste, Leste e Sul de Goiânia.