FELIPE BONFIM

“Clássico é clássico, não há favorito”. A frase mais batida do mundo do futebol foi repetida diversas vezes durante esta semana por atletas e treinadores de Goiás e Atlético, que se enfrentam hoje, às 16 horas, no Estádio Serra Dourada, em duelo válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Apesar do discurso já desgastado, cada uma das equipes sabe qual filosofia precisa implantar nesta tarde para vencer o rival.

O alviverde está ciente que os melhores números pertencem ao clube campineiro. Esmeraldinos somam 14 pontos na competição – exatamente a metade dos 28 conquistados pelos rubro-negros – e ocupam o 16º lugar, enquanto o adversário é o vice-líder. Enquanto o Goiás é dono do quarto pior ataque ao lado do Paysandu, com apenas 11 gols marcados, a defesa do Atlético, melhor do torneio, foi vazada apenas oito vezes.

Para o time da Serrinha, portanto, inspiração é a palavra que precede o clássico. O alviverde precisará fazer algo diferente não só do que apresentou nas 14 rodadas que disputou nesta Série B, mas também dos dois confrontos com o rival rubro-negro no Campeonato Goiano – empate por 2 a 2 e vitória campineira por 1 a 0.

Inspiração foi a palavra destacada pelo técnico Léo Condé ao ressaltar que os seus comandados precisam apresentar evolução no clássico. “Não é apenas uma questão de movimentação e posicionamento, mas também que os nossos atletas estejam em uma boa tarde e tenham a competência necessária pra fazer o gol. O Atlético não é só o setor defensivo. É um time muito bem treinado e precisamos de uma tarde muito inspirada para superar o adversário”, disse.

Para o técnico Marcelo Cabo, contudo, a abordagem pré-clássico é totalmente oposta. O treinador rubro-negro não quer os seus atletas fazendo nada fora do normal. Continuidade de trabalho e manutenção do que tem sido feito é a filosofia do Dragão neste sábado.

“Por que eu mudaria minha semana? Por que eu mudaria o nosso pensamento? Vamos continuar fazendo o de sempre. Eu não posso mudar a minha rotina por ser o Goiás ou o Vila. Aprendi que, nos momentos mais importantes e difíceis, não mude a sua rotina. Preciso estar focado no melhor, pois esse é o meu trabalho”, declarou.

Equilíbrio

Se discordam na forma como encarar o clássico, ambos treinadores concordam que será um jogo parelho. Condé, inclusive, alerta que, nas últimas cinco partidas, a campanha dos rivais é idêntica – duas vitórias, dois empates e uma derrota.

“A tendência é que seja uma partida equilibrada. O Atlético tem o dobro de pontos, mas nas últimas cinco rodadas, a campanha é a mesma. O início deles foi melhor, enquanto nós não começamos bem. Precisamos mais do resultado positivo e não tem como pensar em algo que não seja a vitória”, afirmou o comandante esmeraldino.

“Eu creio num jogo equilibrado, pois são duas equipes muito qualificadas. O nível de concentração é muito grande, a preocupação tática também. Prevejo um jogo franco, aberto,” resumiu Cabo. 

Treinadores rivais mantêm dúvidas 

Os nomes dos 22 que defenderão Goiás e Atlético no clássico desta tarde, no Estádio Serra Dourada, serão divulgados pouco antes de a bola rolar com o apito inicial. Ambos treinadores preferiram manter as dúvidas da escalação e aguardam até os últimos minutos para definir quem serão os escolhidos como titulares no clássico.

Léo Condé, técnico alviverde, é quem tem mais problemas. Ele não pode contar com o zagueiro Anderson Salles, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e com o volante David, expulso diante do CRB-AL, Alex Alves e Wendel, respectivamente, assumem as vagas.

“Eu já tenho a equipe na minha cabeça, mas só vou divulgar na hora do jogo. Posso adiantar, que o Ivan terá oportunidade de iniciar a partida. É uma questão de momento. Não podemos apagar o que o Renan já fez pelo Goiás, é apenas momento”, explicou.

Para Marcelo Cabo, a dúvida é em relação ao meia Jorginho que, com dores musculares, pode ser vetado. Com isso, Marquinho poderá jogar. (F.B.)