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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Cidades

Sede da PF é alvo de disparos

Balas atingiram prédio da Polícia Federal e uma grade do Parque Areião, que
seria o local dos disparos, segundo
uma das linhas de investigação

Postado em 21 de julho de 2016 por Sheyla Sousa

MARDEM COSTA JR.

Oprédio da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Goiás foi alvo de um atentado na noite de terça-feira (19). As balas atingiram vidraças da recepção, a fachada do local e uma grade do Parque Areião, que fica em frente ao imóvel. O tiroteio começou às 23h30, segundo agentes que estavam no edifício-sede da corporação federal, localizado no Setor Marista, em Goiânia.

Existe a suspeita de que os tiros foram efetuados de uma arma de grosso calibre – especula-se uma carabina com calibre acima de 40 – de dentro do parque, que teve uma área de 400 m² isolada para o trabalho da perícia. Os peritos passaram a manhã e começo da tarde buscando cápsulas de balas ou outros objetos que colaborassem com as investigações. Guardas municipais que vigiam o Areião deram apoio aos servidores da PF durante o procedimento.

As investigações ocorrerão em sigilo e somente após a conclusão, os detalhes serão conhecidos publicamente. Apesar do ocorrido, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) não foi acionada na ocasião. No entanto, segundo a assessoria de Comunicação da PF, os policiais militares auxiliarão os federais na elucidação do caso.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (Sinpef-GO), Ivo Arruda Filho, critica a omissão dos gestores públicos. Ao ver dele, o caso é mais um reflexo do descaso do Poder Público com a população. “Lamentamos o fato de que sirva como um alerta para a falta de comprometimento das autoridades federais e estaduais com a segurança pública. O crime está cada vez mais organizado. Com isso sofre a sociedade, e agora, a polícia”, pontua. 

Ivo anuncia que a categoria vai se mobilizar para garantir melhores condições de trabalho. “Alguma coisa tem que ser feita, não podemos ficar refém do crime. Vamos reagir, buscar força, vamos cobrar condições e atitudes das autoridades competentes”, finaliza.

Receio

O reforçou a preocupação de moradores e freqüentadores do Parque Areião quanto à segurança do local, situado numa das regiões mais valorizadas de Goiânia. A falta de policiamento é queixa constante. “Escutei os tiros e fiquei com medo. Mesmo com a presença da Polícia Federal, sinto que o policiamento está muito distante daquilo que deveria ser”, protesta o estudante Raul Freitas, 26.

A design de interiores Patrícia Bueno, 48, costuma caminhar com frequência no Areião e  acredita que o atentado pode ter alguma relação com o trabalho dos policiais federais. “Penso que as últimas operações feitas por aqui, especialmente a Lava-Jato, mexeram com interesses de gente muito poderosa e isso pode ser uma reação. Se a PF, que é um dos últimos guardiões da segurança, não está imune, quem estará?”, questiona.

A Polícia Federal instaurou ontem um inquérito policial para apurar as circunstâncias e os responsáveis pelo atentado. A corporação repudiou o acontecido e alega que “o crime afronta o Estado Democrático de Direito e reafirma seu comprometimento com o combate ao crime organizado”. 

 

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