Metabolismo é só questão de idade?
Nutricionista explica como funciona o aumento e a queda de metabolismo no corpo
e fala sobre hábitos que ajudam no seu aumento
Elisama Ximenes
É comum escutar de pessoas mais idosas, quando convidadas a fazerem um esforço físico maior, a seguinte frase “não dou conta mais, minha filha, foi-se o tempo”. O senso comum respalda, diariamente, a crença de que o metabolismo está diretamente ligado ao envelhecimento. Na verdade, há alterações em seus índices durante a passagem de fases da vida. No entanto nem sempre o aumento ou a queda do metabolismo está ligado ao avanço de idade. A qualidade de vida também é um fator de extrema importância para isso.
A nutricionista Adriana Menezes explica que, mais que a idade, o estilo de vida, a alimentação e a prática de exercícios físicos são fatores cruciais para que o metabolismo se mantenha estável. Apesar disso, explica como funciona o corpo no decorrer dos anos. “O metabolismo é alto quando a criança nasce e se mantém estável por um tempo. Na adolescência, ele aumenta ainda mais e, depois dos 30 ou 35 anos, sofre uma queda considerável que se agrava na terceira idade”, explica.
O que ajuda diretamente no seu aumento é o crescimento da massa muscular. Por isso Adriana explica que as caminhadas que idosos costumam realizar não ajudam no metabolismo; talvez, apenas nas questões cardíacas. Segundo ela, para manter o metabolismo estável seria necessário que os idosos realizassem musculação. Da mesma maneira, os adultos em fase de queda dos índices. Por isso é tão importante que sejam realizadas atividades físicas.
Ela elucida, ainda, que o estilo de vida e a alimentação são fatores ainda mais influenciadores do que a idade. “É muito comum vermos uma pessoa de 40 anos com um metabolismo ainda maior do que um jovem de 20 anos”, exemplifica. Segundo ela, o que faz com que essa diferença estranha para o senso comum ocorra é o fato de o indivíduo de 40 ter uma vida mais saudável que o segundo. Caso o jovem de 20 anos se alimente mal e não exerça algum exercício físico, ele vai ter um metabolismo muito menos do que o adulto que se exercita e mantém uma alimentação equilibrada.
Ainda com relação à alimentação, ela destaca que os alimentos que mais ajudam no aumento do metabolismo são os chamados termogênicos. Dentro dessa categoria, estão inclusos o gengibre, a canela e o açafrão, por exemplo. O que contribui para o metabolismo, também, são os hormônios, principalmente, a testosterona. Caso haja um consumo exagerado de álcool, por exemplo, o indivíduo irá sofrer uma queda nos índices metabólicos. Isso porque o álcool inibe a produção de testosterona, fazendo com que o metabolismo também seja atingido.
Já para quem quer rejuvenescer ou, pelo menos, garantir um retardo no envelhecimento visual, a nutricionista também faz recomendações alimentícias. “O vinho tinto é um grande agente rejuvenescedor, porque produz antioxidantes que agem na diminuição dos radicais livres agentes do envelhecimento”, esclarece. Ela recomenda, ainda, que esse consumo seja moderado, afinal, o vinho contém álcool. O ideal é que o homem tome duas taças de vinho por dia e, a mulher, uma.
Agora, se você for mãe e estiver pensando já na alimentação dos pequenos, a nutricionista avisa que a história de que o leite de vaca é necessário depois dos seis meses é mito. E isso serve também para os idosos. A criança precisa mesmo só do leite materno. Manter o hábito de tomar o leite de vaca é apenas questão de costume. “O cálcio, que contém no leite, pode ser substituído por fibras e cereais integrais por exemplo”, explica. No caso dos idosos, o argumento do cálcio também pode ser jogado por terra. Segundo a nutricionista, isso pode ser suprido com o consumo de vegetais escuros, como brócolis e com o suplemento de vitamina D.