Júnior Bueno

            Um dos maiores nomes da música brasileira em todos os tempos, Tim Maia teve uma vida tão cheia de episódios curiosos e divertidos que o folclore criado em torno de sua figura era quase tão grande quando seu talento para cantar. Márcio Leonardo Gomes Maia, primeiro filho de Tim e que hoje atende por Léo Maia, acompanhou de perto tanto as estripulias quanto a criação de canções que nasceram ali, em seu ambiente doméstico e ganhou o País pelas ondas do rádio.

E são algumas dessas muitas canções que Léo, cantor como o pai vai apresentar hoje à noite no projeto Música no Garden, do Shopping Flamboyant. dedicados a hits imortais como Primavera, Azul da Cor do Mar, Chocolate/Não Quero Dinheiro só Quero Amar/Gostava Tanto de Você e tantas outras. Oportunidade para os fãs relembrarem ou conheceram histórias, muitas inéditas, do artista que ainda hoje é celebrado por diferentes gerações.

Léo nasceu no fim do verão de 1974, no dia 11 de março, no Rio de Janeiro, o menino Márcio Leonardo. Reza a lenda que a maternidade, em Botafogo, tremeu com a festa que Tim Maia, Cassiano e Paulinho Guitarra fizeram para comemorar seu nascimento. “por trás de toda história musical tem uma família”, conta Léo, sobre a forte ligação que teve com Tim, que escolheu ser seu pai. Léo é filho de Geisa, namorada de Tim, que rompeu com ele, namorou outro rapaz, engravidou dele, mas depois reatou com o cantor. Apaixonado, Tim nem ligou para o fato do filho não ser dele, adotou e tratou a vida toda Léo como filho. Também com Geisa o cantor teve seu segundo filho, Carmello Maia.

Místico, o ‘síndico da MPB’ profetizou o futuro do filho ao gravar a canção Márcio Leonardo e Telmo, no álbum Tim Maia, lançado em 1976, pela gravadora Universal. Num dos trechos, ele diz: “O Márcio Leonardo veio na Seroma pra brincar! O Márcio Leonardo veio na Seroma pra tocar seu violão, seu piano!”. Seroma era a abreviatura de Sebastião Rodrigues Maia, nome de batismo de Tim Maia e também o nome de sua produtora. E Telmo é o apelido de Carmello, nascido um ano depois de Léo.

E conviver com Tim Maia era viver ao mesmo tempo com o ídolo da música brasileira e ao mesmo tempo com um pai como todo pai deve ser, como lembra Léo Maia: “A parte pai começava nas cobranças no colégio, de botar para escovar os dentes, para tomar banho, era esse pai”. E musicalmente, a herança de Tim é bem rica. Conta a lenda que Tim, jogou todos os brinquedos do filho fora por determinação da seita Universo em Desencanto. Léo aprendeu, então, a se divertir com os instrumentos musicais da casa.

Brincando, ali nasceu uma vocação, confirmada com o primeiro disco, Cavalo de Jorge, lançado em 2005. “Eu brinco que meu pai é o gênio, eu sou só um aluno aplicado”, diz ele. Leo foi o apelido que o cantor recebeu ainda na infância. Mas foi “batizado” artisticamente pela jornalista cultural Scarlet Moon, que afirmou que ele tinha autonomia musical suficiente para assumir o legado e o sobrenome de Tim.

Hoje, com a carreira estabelecida e quatros CDs lançados: Cavalo de Jorge, Cidadão do Bem, de 2007, Sopro do Dragão, de 2009 e Diz Que Tem Saudade, de 2012. E se prepara para lançar este ano mais um, Meus Momentos. Para o show de hoje à noite, ele promete um show animado, embalado por músicas e histórias do pai. “É um show bem ‘Maia’, com a essência do groove, muito funk e muito soul.

Serviço

Garden Festival apresenta Léo Maia no Música no Garden

Data: 3 de agosto

Horário: 19h30

Local: Garden Flamboyant (próximo a portaria de acesso ao Piso 2)

Classificação etária: livre

Duração: cerca de 90 minutos

Entrada franca