Mardem Costa Jr.

O tempo seco continuará persistindo pelo menos até os próximos meses, quando algumas pancadas de chuvas serão registradas no final de setembro, segundo informações do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (Simehgo). Vale lembrar que o último dia com chuva em solo goiano foi no dia 19 de maio, e ela voltará com intensidade apenas em meados de outubro. Até lá, as temperaturas continuarão registrando máximas acima de 30ºC – especialmente na região Norte do Estado.

A umidade relativa do ar está atingindo níveis críticos, – variando de 12% a 20% – o que levou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a acionar o alerta laranja para Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que o índice mínimo considerado aceitável é de 30%. Abaixo dele, a organização faz um paralelo com o clima desértico e recomenda cuidados especiais para as pessoas, especialmente crianças e idosos.

Enquanto isso, a secura continua a inspirar cuidados com o fogo. Desde abril até ontem, o Estado apurou 18.693 focos de queimada, ante 7.046 apontados no mesmo período do ano passado – aumento de 165%. Ainda de acordo com o Simehgo, o Estado é o quinto em maior número de incêndios no recorte. Mineiros (1548), Niquelândia (895) e Formosa (699) registraram os maiores casos de incêndio em território goiano.

Apesar do aumento de focos de queimadas, o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás realizou 4.254 atendimentos de incêndios florestais e de cultura agrícola de janeiro a julho de 2016. Enquanto na mesma época de 2015 foram atendidas 6.663 ocorrências – redução de 56%.

A estiagem agrava as consequências do fogo na vegetação, que pode ocorrer naturalmente ou por algum tipo de iniciativa humana. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), praticamente todo território goiano está em estado crítico. As regiões Leste e Sul apresentam menor probabilidade de queimadas.

Goiânia

Nos próximos dias a capital continuará ensolarada, com temperatura máxima prevista de 34ºC e mínima de 14ºC. Os termômetros começam a subir a partir das 8 horas da manhã e atingem o ápice durante a tarde. A partir das 6 horas da tarde, a temperatura cai progressivamente, firmando-se durante a madrugada. A umidade do ar permanece baixa por boa parte do dia, atingindo 20% no período vespertino. Logo pela manhã, o apurado ultrapassa 60%.

Efeitos

As bruscas mudanças de temperatura e a secura do ar fragilizam a imunidade das pessoas, afetando especialmente as crianças e os idosos. Olhos, nariz, lábios e vias respiratórias são prejudicados pelo ressecamento das mucosas e males como asma, bronquite, gripe, pneumonia, sinusite, rinite e infecções oportunistas como a conjuntivite são comuns no período. Lugares com grande concentração de pessoas também são potenciais transmissores de vírus e bactérias causadas de doenças que afetam a respiração.